Geral | Da Redação/Com Ministério da Cultura | 21/04/2015 17h36

Cultura Viva inspira projetos culturais de base comunitária no exterior

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A experiência brasileira com a Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) vem servindo de inspiração para outros países, sobretudo latino-americanos, instituírem programas de promoção da cultura de base comunitária. Na Argentina, há hoje cerca de 450 Pontos de Cultura inspirados no modelo brasileiro. No Peru, são mais de 170. As cidades colombianas de Cali e Medellín também mantêm programa semelhante. Na Costa Rica, o Ministério da Cultura local realiza regularmente caravanas pelo país para mapear e fomentar manifestações culturais populares.

"A Política Nacional de Cultura Viva e os Pontos de Cultura têm sido referência para diversos países, tanto latino-americanos quanto de outros lugares do mundo, elaborarem políticas públicas e articularem redes e movimentos da sociedade civil em torno da cultura", destaca o diretor da Cidadania e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Alexandre Santini. "O Brasil também tem atuado em fóruns internacionais, criando espaços de articulação e cooperação a partir da cultura viva, como é o caso do programa Ibercultura Viva", informa.

Criado em 2014, no âmbito da Organização dos Países Ibero-Americanos (OEI), o Programa Ibercultura Viva conta com a participação do Brasil, da Espanha e de mais oito países latino-americanos (Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Uruguai). A iniciativa visa apoiar o desenvolvimento cultural, econômico e social da região e fortalecer as políticas de base comunitária.

A Política Nacional de Cultura Viva também inspirou a fundação do movimento Plataforma Puente Cultura Viva Comunitaria, que reúne organizações culturais de 12 países latino-americanos: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Peru e Uruguai. O movimento, articulado pela sociedade civil, tem o objetivo de fomentar e desenvolver ações de cultura de base comunitária, a exemplo dos Pontos de Cultura. Um dos projetos previstos para este ano é a realização, em outubro, do 2º Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária, em El Salvador.

Fora o Brasil, idealizador do projeto, a Argentina é o país com maior número de Pontos de Cultura. "Criamos o projeto em 2011, inspirado na experiência levada a cabo com muito sucesso no Brasil. Como Estado, sentíamos necessidade de dar recursos a quem mais necessitava deles, que são aquelas organizações localizadas nos pequenos povoados, assentamentos, áreas rurais, que não têm estrutura para obter esse apoio por conta própria", conta a diretora nacional de Política Cultural e Cooperação Internacional do Ministério da Cultura da Argentina, Mónica Guariglio.

Ela destaca que um programa cultural de base comunitária, como o Cultura Viva, permite construir uma nova relação entre o Estado e os diferentes setores da sociedade, centrada no diálogo intercultural. "Por meio de programas como este, busca-se que a sociedade participe das experiências culturais produzidas por grupos comunitários e conheça a totalidade de sua identidade e herança cultural", avalia Mónica. "Fomentar o pluralismo cultural, com suas distintas identidades e formas de organização e produção cultural, significa criar cidadãos mais comprometidos com sua realidade e mais conscientes de seus direitos e deveres".

Promoção e proteção da diversidade

O cumprimento, por parte do Brasil, da Convenção sobre a Promoção e Proteção da Diversidade das Expressões Culturais, sobretudo em relação à participação da sociedade civil, também vem chamando atenção internacional. A convite da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Ministério da Cultura (MinC) tem participado de eventos internacionais para divulgar a Política Nacional de Cultura Viva. Já foram realizadas apresentações na Tunísia, na Tailândia, na Bulgária e no Marrocos, entre outros, sempre com receptividade positiva.

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