Geral | Portal da Educativa | 05/09/2017 14h44

Com expedições ou exposições, história da erva mate em MS é repassada a alunos

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No tereré ou na colonização do Estado, a erva-mate está presente na vida dos sul-mato-grossenses desde o fim do século XIX, quando Tomás Laranjeira conseguiu um arrendamento de terras no antigo sul de Mato Grosso e criou a Companhia Mate Laranjeira, iniciando a exploração de imensos ervais nativos, existentes na região onde surgiria a povoação de Ponta Porã.

Mas será que todo mundo conhece essa história, ou a erva-mate virou apenas componente de uma bebida, que apesar de ser a mais tradicional de Mato Grosso Sul, não carrega nem vestígios de seu surgimento? Objetivando reverter essa perda de identidade cultural, os professores da Escola Estadual Bonifácio Camargo Gomes, em Bonito, estão desenvolvendo projetos que trazem o ciclo da erva-mate para dentro da escola, com exposições do arquivo público de MS e também que levam os alunos aos cenários dessa história.

Idealizado pelo professor Elton Teixeira da Silva, o projeto ‘A gente soma e faz histórias’ alia as disciplinas de História, Matemática e Artes, buscando a interdisciplinaridade, com foco na aprendizagem do aluno. No último dia 29, um grupo participou de uma expedição ao ciclo da erva-mate, onde conheceram a região sul do Estado e tiveram acesso às instalações da antiga Companhia Matte Laranjeira, hoje Fazenda Campanário, Escola Felipe de Brum, 17º Regimento de Cavalaria Mecanizado, cidade de Ponta Porã, Pedro Juan Caballero, e o Shopping China.

Expedição ‘A gente soma e faz história’
“O motivo de realizar o projeto foi apresentar a história do Tereré e Chimarrão, hoje tão presente hoje na cultura sul mato-grossense, compreendendo a importância que a erva-mate assumiu desde o fim do século XIX, como produto chave da economia do nosso antigo sul do estado de Mato Grosso, levando a criação da Companhia Mate Laranjeira, bem como o inicio da exploração de imensos ervais nativos existentes na região sul do estado, a migração dada a partir do desenvolvimento das atividades da CIA Mate Laranjeira, e posteriormente o surgimento do sentimento divisionista, numa trama complexa de conflitos de interesses, que levou a criação do Estado de Mato Grosso do Sul”, explica Elton.

Já a professora de Matemática Adriana Turela destaca que “trabalhar a Matemática dentro do contexto da vida dos alunos, da sociedade, do cotidiano, utilizando história como ponte, é dinamizar o ensino, trabalhando o lúdico”. “Os alunos se envolvem tanto que nem percebem a Matemática. Trabalhamos de uma forma interpretativa, de articulação e participação nas atividades das turmas, com gráficos, por exemplo”, acrescenta a professora Maria Luisa Marchi, também de Matemática.

Outra forma de proporcionar experiências práticas para os alunos sem precisar sair da escola é de iniciativa da professora Marineize Pleutim, também Historiadora. Aproveitando as comemorações de 40 anos de emancipação política de MS, a educadora está levando exposições do arquivo público do Estado para dentro da escola. A primeira mostra é justamente sobre o ciclo da erva-mate laranjeira.

“Conhecer, entender, respeitar e preservar as raízes e a origem de um povo, comunidade ou uma região é sobre tudo garantir a esse povo a condição de existir e proteger a sua identidade, valorizando e cultivando a sua historia do Estado, facilitando o entendimento e a inserção dos alunos no contexto histórico não só regional mais também nacional, se adequando assim a proposta da 2º Formação Continuada, promovida pela Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso do Sul, que trata da comemoração dos 40 anos da sua fundação”, detalha a professora.

Ainda segundo a historiadora, a escola deve receber também a exposição sobre divisionismo e sociedade cultura. “É importante destacar o apoio do Estado em permitir que as exposições do arquivo púbico saiam da galeria e venham para perto dos alunos. Isso é muito importante, porque a maioria deles não teria a oportunidade de ir até lá na Capital para contemplar esse material”, finaliza.

Sobre a expedição, a diretora da Escola Maria Luiza Rossi acrescenta que “foi algo inédito”. “Fizemos uma parceria com uma escola Polo Campanário da Rede Municipal de Laguna Caarapã, e com apoio do Arquivo Público Estadual de Mato Grosso do Sul, conseguimos levar o acervo da Companhia Mate Laranjeira para outra escola da rede, Escola Estadual Coronel Felipe de Brum em Amambai, parceira também na atividade, onde fomos muito bem recebidos, e os alunos da nossa escola se misturaram aos alunos do “Felipe” aprendendo mais detalhes sobre os trabalhos desenvolvidos no início do século XIX, com a erva mate em nosso estado”.

Os trabalhos desenvolvidos na escola contam com apoio da Fertel, na divulgação e cobertura das atividades, Secretárias de Estado de Cultura e Cidadania e de Educação, Secretária Municipal de Educação e Cultura e Exército Brasileiro.

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