Geral | Da redação | 25/03/2019 10h12

Com a força da mulher negra, Feira Afro de MS reafirma luta contra a discriminação racial

Compartilhe:

Em alusão ao mês da mulher e o dia Internacional contra a Discriminação Racial, comemorado no dia 21, o Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul realizou neste sábado (23.3) a 9ª Feira Afro de MS, com apoio do Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Campo Grande. Na luta contra o preconceito, o objetivo do encontro é dar visibilidade a cultura negra fomentando o empreendedorismo afro.

A Feira Afro começou há dois anos em uma tenda simples na Praça Ary Coelho e em pouco tempo se tornou itinerante, com instalações até nos maiores festivais de cultura do Estado, como Festival América do Sul e Festival de Inverno de Bonito. A nova edição aconteceu na Praça dos Imigrantes, no centro da Capital e se uniu ao encerramento da 12ª edição da Semana do Artesão, da Fundação de Cultura do MS.

Para Ana José Alves, coordenadora do Coletivo e uma das organizadoras do evento, a feira traz a representatividade do povo negro mostrando que a união pode ser uma poderosa arma contra a discriminação. “Começamos bem humildes na praça depois fomos nos integrando,fomentando com o movimento. Aqui negros e brancos divulgam juntos a nossa cultura, é isso que precisamos, de multiplicadores, pessoas que nos ajudem na luta contra o racismo, precisamos do apoio da sociedade em geral”, destacou Ana, também técnica da Subsecretaria Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, ligada a Subsecretaria Especial da Cidadania.

“Aqui tudo é temático”, disse a baiana Zezé do acarajé. E era mesmo. Da culinária até as atrações culturais, artesanato, artigos afros, vestuário, acessórios e turbantes. Houve também a palestra “Reciclando nossas Atitudes”, destacando a desconstrução do racismo. As atrações músicas ficaram por conta do Chokito Sambista, da cantora Rhaysla, Greg Antunes, e a Banda da Guarda Municipal ‘Ulisses Conceição’, finalizando com apresentação do grupo de Dança do Ventre ‘Sem Limites’.

Reforçando o racismo nosso de cada dia enquanto sociedade e a situação da mulher negra brasileira, Cleuza Pedrosa, do Coletivo de Mulheres Negras do MS pondera: “Fazemos aqui a conscientização das nossas raízes, reforçando nossa contribuição com esse chão enquanto afrodescendentes,do sem esquecer de nos afirmar enquanto mulheres negras. Sabemos que já é difícil ter espaço sendo mulher, imagine para a mulher negra. Queremos contrapor esse sistema que nos exclui, que nos deixa no fim da pirâmide, mostrando nossa arte, nossa cultura e nosso jeito de ser e contribuir com o crescimento desse Estado”.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS