Festival América do Sul | Da Redação/Com Notícias MS | 22/08/2015 21h10

Escritores de MS comandam o 2º dia do Quebra-Torto com Letras

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O segundo dia de programação do “Quebra-torto com Letras”, do 12º Festival América do Sul Pantanal Corumbá começou ao som da Camerata do Moinho Cultural Sul-Americano, que preparou o “clima cultural” para dar início à temática do dia – O poeta, o narrador e o historiador – as diferentes vozes narrativas e suas particularidades. O evento este ano buscou colocar em destaque autores sul-mato-grossenses como os escritores James Jorge Barbosa Flores, Henrique de Medeiros, Marly Teixeira Morettini e Maria do Carmo Brazil, que apresentaram ao público sua obras.

O jornalista, professor e escritor jardinense, James Jorge Barbosa Flores, autor dos livros Na fronteira; Na fronteira – de novo e Linhas secas/cursos d’água de fronteira, falou sobre a descoberta de suas habilidades como contista, que se manifestou mais claramente aos 16 anos de idade. Suas narrativas partem das histórias ouvidas na infância, de recordações, do folclore, dos causos e histórias familiares. A tradição e o contemporâneo, as mudanças na cultura de peões e fazendeiros, das paisagens, tudo o que cheira, canta, pensa, trabalha e ama Mato Grosso do Sul. “Quinze anos se passaram até eu me interessar em escrever meu primeiro livro. E vejo que cheguei lá ao ver meu pai me perguntando quem são aqueles personagens que aparecem nos meus contos. Ele não consegue perceber que tudo é invenção minha”, afirmou.

O corumbaense Henrique de Medeiros, publicitário, jornalista, escritor e editor, é autor dos livros de poemas e contos “O Azul Invisível do Mês que Vem”, “Pirâmide de Palavras” e “Que as Dores se Transformem em Cores”. Ele roteirizou e editou também a biografia do ator David Cardoso. O cotidiano é o ponto de partida para suas reflexões poéticas, ora intimistas ora apenas constatando as marcas da realidade. “A poesia a gente escreve rapidamente com a intenção de expressar os nossos sentimentos. Escrevo desde criança para aliviar as minhas angústias e transmitir o que penso por meio da poesia. Na verdade imprimimos palavras que às vezes se transformam em poemas. A poesia não tem que falar só de amor e sim, falar da vida. Assim buscamos nos entender através da escrita”, refletiu. Ele destacou ainda que as referências das leituras são os amigos dos poetas, que os ajudam a crescer.

A escritora Marly Teixeira Morettini, pedagoga e pesquisadora da UFMS, discorreu sobre seu livro “Cancioneiro Popular – Crônicas de um lugarejo”, que traz contos e casos na forma de cordel, buscando os mitos que compõem a memória de seus contadores. Ela retoma a tradição da literatura oral, posicionando-se como um narrador que conta a vida a partir dela mesma ou recriada pela imaginação centrada no mito. “Acredito que a força da minha criação está nos personagens que transitam dentro dos textos. Acredito que minha inovação foi fazer contos centrados em apenas em um lugarejo com os mesmos personagens. Depois de ler muitas obras, percebi que isso não é algo comum de se encontrar nos contos”, afirmou.

A historiadora, pesquisadora e professora corumbaense, Maria do Carmo Brazil, publicou o livro “Rio Paraguai. O Mar interno brasileiro”, resultado de anos de pesquisa para sua tese de doutorado, na Universidade de São Paulo. Consultando arquivos e entrevistando pessoas, autora apresenta a história do Rio Paraguai também como narradora. “Os vínculos de um espaço são muito fortes. Na minha obra, os personagens fluem a partir do Rio Paraguai. O que me inspirou a escrever essa tese foi a memória de um militar sobre o Rio Paraguai. Diversos países sempre quiseram ser donos deste rio desde o período colonial. Por isso, ele realmente é uma riqueza nossa, finalizou.

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