A guarânia e seu criador, o maestro José Asunción Flores abre palestras do 14º FASP
A guarânia e seu criador, o maestro José Asunción Flores, uma das personalidades homenageadas pelo 14º Festival América do Sul Pantanal, foram temas da palestra proferida na manhã de quinta-feira (24/05), pelo poeta, escritor e jornalista paraguaio, Mario Rubén Alvarez, no auditório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus Porto Geral, em Corumbá.
Alvarez na ocasião contou que por muitos anos o repertório europeu foi destaque no universo da música que se tocava e ouvia no Paraguai. “Neste tempo a polca, originária da Bohemia, na Alemanha é que tentava traduzir a alma festiva do povo paraguaio e tornou-se sua maneira de ser”, explicou. Mas com o tempo, a sonoridade musical tornou-se mais lenta expressando sentimentos mais universais e completa o rosto da música paraguaia. Era a guarânia, que entrava em cena pela criação do maestro José Asunción Flores, que de criança de rua tornou-se o gênio musical do país.
José Asunción Flores nasceu na favela Chacarita e chegou até a dormir nos corredores de uma igreja de Assunção. Com um gênio indomável, somente a música foi capaz de mudar o seu destino. Como instrumentista, ele escrevia as linhas melódicas e pedia para amigos escreverem as letras de suas músicas. Por morar num país bilíngüe, onde se fala guarani e espanhol, suas músicas eram letradas com os dois idiomas o que corporificou uma identidade única para a cultura paraguaia”, destacou Mário Ruben. Índia é uma das músicas mais conhecidas do compositor. O jornalista destacou ainda que a guarânia em sua forma lenta e cerimoniosa trazia ao público temas sociais como por exemplo, a vida dos homens que trabalhavam nos ervais.
Alvarez comemorou a oportunidade de trazer a história de José Asunción Flores ao 14º Festival América do Sul Pantanal. “Desta maneira nos integramos através da cultura. Pela arte nos unimos por nos expressarmos como seres humanos. Trouxe a experiência deste homem que se redimiu e a música lhe deu um novo destino”, finalizou.
Mario Rubén Alvarez nasceu em Potrero Yvaté em 1954, cursou a escola primária em Assunção e a secundária em Ypacaraí. É professor de língua Guarani no Instituto de Linguística Guarani do Paraguai e é licenciado em Meios de Comunicação Social pela Universidade Católica do Paraguai.
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