Festival | Da redação | 18/07/2016 11h18

Festival de Bonito proporciona pela primeira vez acessibilidade com audiodescrição, braile e tradução em Libras

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O Festival de Inverno de Bonito traz na edição deste ano, a 17ª, pela primeira vez, recursos de acessibilidade, como audiodescrição, textos em braile e tradução em Libras. A Exposição de Artes Plásticas “Série Divisão de Mato Grosso”, de Humberto Espíndola (MS), proporciona no 28 de julho, das 17h30 às 22 horas, a descrição das obras em braile. Para quem não souber ler em braile vai haver monitores para fazer a audiodescrição ao vivo. Serão duas audiodescritoras: Ivone Angela dos Santos, da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), e Cândida Alves, do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP-DV/MS).

Segundo a especialista em acessibilidade cultural e técnica da Assessoria de Projetos da Sectei, Ivone Angela dos Santos, a audiodescrição é um recurso de acessibilidade que transforma imagens em palavras, por meio de informação sonora, para que pessoas com deficiência visual possam ter acesso aos bens culturais, abrindo possibilidades maiores de acesso à informação, contribuindo para a inclusão cultural e social. A audiodescrição auxilia também pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.

Na edição deste ano do Festival também haverá tradução em Libras para alguns espetáculos e eventos: no dia 29, das 14 às 18 horas, na exposição de artes plásticas com obras de Humberto Espíndola; no dia 30 de julho, às 10 horas, no teatro infantil “Gaia, a mãe natureza”, do Grupo Casa (MS); no dia 30 de julho, às 17 horas, no teatro “Uma moça da cidade” (MS), dos produtores e atores Anderson Bosh, Luciana Kreutzer e Yago Garcia, e no dia 30 de julho, às 17h30, na oficina de Contação de Histórias.

As intérpretes de Libras são Luciane Gonçalves da Rosa Parreira e Tamires Bessa da Silva, do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS).

Para a especialista em acessibilidade cultural da Sectei, Ivone dos Santos, será o início de grandes mudanças em benefício da acessibilidade cultural para pessoas com deficiência, considerando que o Estado possui 526.979 mil pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja 21,50% da população sul-mato-grossense, conforme dados do IBGE/2010. “É um número considerável e o Estado precisa avançar muito nessa área. A inserção desses recursos é uma forma de garantir a todos em condições de igualdade os direitos culturais e de promover o desenvolvimento social inclusivo. É um avanço na área de politica pública cultural para pessoas com deficiência”.

Ivone continua dizendo que, para que os princípios da acessibilidade e da inclusão social das pessoas com deficiência sejam viabilizados no universo cultural, além de seguir as leis e normas nacionais e internacionais, é necessário desenvolver estratégias para que a linguagem das manifestações culturais inclua essa população como parte de seu público alvo. “Conforme a Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência de 2015, em seu capítulo I, artigo 53, ‘a acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social’”, conclui Ivone.

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