Na última terça-feira, dia 17, foi realizada a segunda edição da Feira Solidária no Campus de Três Lagoas (CPTL), organizada pelo grupo PET – História.

Segundo a integrante do grupo e uma das organizadoras, Isabela Regagnan, a feira já está na programação anual do grupo PET e conta com a colaboração de doações advindas da comunidade acadêmica e externa, e com a participação de artesãs e profissionais autônomos que queiram divulgar e disponibilizar seus serviços. Na segunda edição a feira contou também com atrações culturais como música ao vivo, poesia e com a oficina cultural “Racismo, Educação e Sociedade”.

O evento também teve bazar da pechincha, brechó, sebo de livros, artesanatos diversos e produtos alimentícios, como doces e salgados, todos a preço acessível para o meio universitário e a população três-lagoense. Além disso, parte dos produtos são oriundos do coletivo de artesãs do município e dos assentamentos da região.

“O projeto da Feira Solidária nasce da ideia de a gente pensar sobre as nossas práticas econômicas. Nós temos sido bombardeados com o empreendedorismo, mas esse incentivo não rompe com a agressividade do mercado, que possui em média 19 milhões de desempregados forçados a pensar em uma perspectiva capitalista. Em meus trabalhos anteriores, trabalhei com a perspectiva de economia cíclica em que se aproveita mais, compra, descarta menos e aproveita o que o outro tem, voltando para a cadeia de mercado. Não temos mais planeta para tanto lixo”, afirma a professora Mariana Esteves, idealizadora da ação.

O projeto, que visa valorizar formas simples de economia, cativou os acadêmicos do curso de História, que se engajaram na ideia e fizeram com que o evento ocorresse. Tatiane Ferreira, que estava auxiliando nas vendas do brechó, ressaltou que a atividade promove mais democratização do espaço universitário. “A feira, além de ser uma questão econômica, é uma questão de acessibilidade, pois o meio acadêmico é um ambiente elitizado. Ações como essa na Universidade trazem a comunidade externa para dentro da UFMS e mostra que tem como vender produtos bons a um preço acessível”.

O acadêmico Abel Neroni, do curso de Biologia, comprou um abajur na Feira Solidária e se impressionou com a atividade. “No geral, o preço está justo e o material de qualidade, roupas e livros. Além de ser importante para o meio em que estamos, geralmente o universitário não tem dinheiro, então aqui ele pode comprar a preço baixo produtos bons”.

A integração e a divulgação atraíram massagistas, artesãs e outros profissionais que expuseram seus trabalhos e se relacionaram com o público universitário, como destacou o massoterapeuta Marcelo Lopes. Os recursos angariados pela feira serão destinados aos demais eventos organizados pelo curso e às comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul.