Fundação de Cultura recebe homenagem em comemoração ao Centenário da Noroeste

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Campo Grande (MS) – A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul foi homenageada na Sessão Solene ocorrida na quarta-feira (27 de agosto), na Câmara de Vereadores de Campo Grande e que celebrou o centenário da instalação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil no Estado.

Durante a Sessão – proposta pelo vereador Eduardo Romero (PT do B) – foram homenageadas pessoas e instituições que fizeram parte da chegada do progresso à Capital através da Noroeste do Brasil ou que ajudaram a preservar o patrimônio cultural material e imaterial fruto desta ferrovia.

A Fundação de Cultura ajuda a preservar grande parte do legado cultural e histórico da Ferrovia. Desde o início do ano foram realizados palestras, concurso de fotografia, exposição literária e financiamentos de projetos que englobam a Noroeste do Brasil.

Em maio a Fundação de Cultura lançou no Museu da Imagem e do Som a Exposição Audiovisual “Trilhos da Memória – 100 anos”, que integra a programação do Centenário da Chegada dos Trilhos à Campo Grande.

O MIS reuniu na exposição o trabalho de grandes artistas: as fotografias de Rachid Waqued, de uma série histórica sobre a NOB, o filme de David Cardoso “Maria Fumaça, Chuva e Cinema”, as fotografias do Concurso de Fotografias Patrimônio Histórico e Cultural de MS - Nossa identidade e ainda as fotografias do Albúm Fotográfico de Mato Grosso do Sul.

No mesmo mês a Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural lançou o projeto comemorativo ao Centenário de Chegada da Ferrovia NOB em Campo Grande, um ciclo de palestras com professores e acadêmicos a respeito da ferrovia Noroeste do Brasil e o desenvolvimento de nosso Estado.

Já a Biblioteca Estadual Dr. Isaías Paim abriu a Exposição Literária “Cem anos chegada da ferrovia NOB em Campo Grande”. A mostra fez uma homenagem ao centenário com obras históricas, artísticas, ensaios e estudos que apresentam detalhes sobre um dos maiores marcos do patrimônio cultural sul-mato-grossense.

Continuando com a celebração do centenário a Fundação de Cultura do Estado divulgou nesta quarta-feira (27 de agosto a relação os trabalhos premiados pelo Concurso de Fotografias: Patrimônio Histórico e Cultural de Mato Grosso do Sul – Nossa Identidade NOB 100 anos.

Participaram obras inéditas produzidas por fotógrafos profissionais e amadores cuja temática era a Noroeste do Brasil, ferrovia que consolidou a identidade cultural sul-mato-grossense.

As vinte fotografias selecionadas passarão a compor o acervo do Museu da Imagem e do Som. Os três primeiros colocados serão premiados com R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil, respectivamente. Os candidatos classificados do 4º ao 20º lugar receberão Certificados de Menção Honrosa.

“Todos estes eventos chamam a atenção para uma ferrovia que mudou o panorama do nosso Estado, que alterou o pólo desenvolvimentista do então Mato Grosso uno para o Sul e a ocupação populacional, conseqüentemente dando novos contornos a nossa cultura e plural identidade”, analisou o presidente da Fundação de Cultura, Americo Calheiros.

“Temos que resgatar alguns momentos históricos do nosso Estado. E neste caso muito mais, porque estamos falando de algo do século XX. Centenas de pessoas se dedicaram nesse traçado, que ainda serve os trens de minério entre a região central de São Paulo, a partir de Bauru, até a divisa com a Bolívia, em Corumbá, fazendo integração com a rede ferroviária boliviana até Santa Cruz de la Sierra. Os homenageados que foram indicados para essa Sessão merecem muito mais, já que a história nunca se apaga”, destacou Eduardo Romero.

EF Noroeste do Brasil - Em 1914 os trilhos da EF Itapura- Corumbá chegavam até Campo Grande significando progresso, pois a população estava se libertando do primitivismo dos carros de boi, carroças e lombos de burros.

A instalação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil gerou impactos positivos desde o traçado das ruas ao aspecto estratégico-político-militar com a transferência do Comando da Circunscrição Militar de Corumbá para Campo Grande.

A chegada da estrada de Ferro Noroeste do Brasil ao sul de Mato Grosso, em pleno início do século XX, além de marcar a ocupação definitiva do oeste brasileiro, tem sua relevância para a segurança nacional, a integração intercontinental gerando ainda a abertura de novas perspectivas econômicas na região.