Artesanato | Jeozadaque | 08/09/2008 12h47

Evandro Prado apresenta a exposição "Alegorias Proféticas"

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Está em exibição na Galeria Wega Nery do Centro Cultural José Octávio Guizzo desde o dia 13 de agosto, as obras do polêmico artista plástico “Evandro Prado”. A exposição intitulada de “Alegorias Proféticas”, apresenta obras que retratam os símbolos religiosos, sendo que as obras trazem um pequeno trecho do livro bíblico “Apocalipse”, para fazer os visitantes refletirem sobre as ações do dia-a-dia. As peças apresentam bordados e aplicações confeccionadas pelo próprio artista, em cores vibrantes e fortes. As obras de Evandro são criações contemporâneas e até foram criticadas pelo Crítico de Arte de Goiás “Divino Sobral”, que definiu a exposição como uma seqüência da leitura do artista sobre os símbolos religiosos, abrindo o diálogo entre o texto bíblico e a iconografia sagrada. Durante a abertura da exposição, Evandro lançou camisetas com estampas da polêmica exposição “Habemus Cocam”, que gerou um processo que permanece arquivado. Na ocasião, o artista é acusado pelo Arcebispo da Capital, Dom Vitório Pavanello, de causar impacto moral e emocional negativo na comunidade local, especialmente na religiosa católica, já que as obras misturam latinhas e logotipos do refrigerante da marca Coca-Cola com imagens de santos, o que caracterizaria desprezo às imagens sacras. A grife das camisetas é uma parceria entre Evandro Prado e a empresa “Cerro Pantaneiro Camisetas Artesanais”. De acordo com Cleiton, um dos responsáveis pelo projeto das camisetas, foi feita uma tiragem com 40 exemplares, em quatro estampas diferentes, sendo a medida que as camisetas forem compradas, será feita uma nova tiragem. As camisetas podem ser adquiridas ao preço de R$ 30,00 reais, através do telefone 9227-2090 ou pelo e-mail cerropantaneiro@hotmail.com. De acordo com Cleiton, as camisetas também poderão ser adquiridas nos eventos culturais que acontecem na cidade. As fotos com as imagens da abertura da exposição podem ser vistas e comentadas na “galeria de fotos” do site de cultura regional “Ensaio Geral”. Em entrevista exclusiva ao site de cultura regional “Ensaio Geral”, Evandro falou sobre a polêmica e a repercussão da exposição “Habemus Cocam”, a nova mostra “Alegorias Proféticas” e sobre os projetos que tem para o futuros. Confira. Ensaio Geral: Com quantos anos você percebeu que seria um artista plástico? Como você percebeu? Evandro Prado: Aos 15 anos, fiz minha primeira exposição de pinturas, já nessa época decidi que queria fazer faculdade de Artes Visuais e que iria ser mesmo um artista. EG: O que você gosta de pintar? EP: Não gosto só de pintar, faço arte em diversos suportes, como a própria pintura, objetos, desenhos, vídeos e bordados, mas, meu trabalho é uma pesquisa poética sobre o nosso tempo, sobre essa sociedade ocidental e cristã tão cheia de paradoxos. EG: Você gosta de ser lembrado através da polêmica que gerou a exposição “Habemus Cocam? EP: Gosto sim! Acho muito engraçado ser lembrado sempre como “polêmico”, isso me diverte. Mas o que gosto mesmo é de saber que fiz um trabalho que chamou a atenção das pessoas e que mesmo mais de dois anos depois, todo mundo lembra da “Nossa Senhora Coca-Cola”. EG: De onde veio a idéia da exposição “Habemus Cocam”? EP: Vem de toda uma vivência artística, mas, principalmente como reflexo de um documentário sobre consumismo chamado “surplus”, que assisti em 2004. EG: Foi difícil passar pela crítica da época? Você foi censurado por visitantes, sem considerar os manifestantes católicos? EP: Sim! Foi muito difícil superar as críticas, mas, sempre me mantive muito tranquilo. Fui repudiado pelo bispo, por vereadores e deputados, no entanto, sempre tive o apoio da classe artística, da minha família e dos amigos! EG: Você pertence a alguma religião? Qual? EP: Não pertenço a nenhuma religião. Não acredito na fé institucionalizada! EG: Acha que a religião interfere na escolha do tema de uma exposição de arte? EP: Tive criação católica, sou batizado, fiz primeira-comunhão, frequentei missas, tudo isso influencia minha arte, a estética católica sempre me encantou como continua me encantando. EG: Depois da polêmica que gerou a exposição “Habemus Cocam”, por que você decidiu expor outra exposição envolvendo imagens da igreja católica? EP: A iconografia católica tem sido minha pesquisa artística desde antes da “habemus cocam”, com por exemplo a série “fé na tábua”, depois a série “corpus christi” e a “estandartes” agora a “alegorias proféticas” dá continuidade a minha pesquisa, é uma exposição que sobre o livro bíblico apocalipse, como o nome diz, são “alegorias  proféticas do fim do mundo”! EG: O que você pretende passar com a exposição “Alegorias Proféticas”? EP: Quero que as pessoas visitem a exposição e reflitam sobre o que estão vendo! É um trabalho diferente, tem novidades no suporte, na técnica, quero que cada um faça sua análise. EG: Quais são seus planos para depois da exposição “Alegorias Proféticas”, que será exposta no Centro Cultural José Octávio Guizzo? EP: Quero me mudar de Campo Grande e ir passar uma temporada em São Paulo. Provavelmente em outubro. EG: Você já tem idéia para o tema de uma próxima exposição? Qual? EP: Tenho idéia para um trabalho de vídeo, mas, ainda não uma exposição… é segredo! A exposição “Alegorias Proféticas” ficará exposta até o dia 14 de setembro, na Galeria Wega Nery do Centro Cultural José Octávio Guizzo, localizado na rua 26 de Agosto, nº 453. Mais informações através do telefone 3317-1792.

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