Exposição | Da redação | 17/08/2016 08h49

Campo Grande 117: Exposição Naif Homenageia a Cidade Morena

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A Prefeitura de Campo Grande promove, entre 18 de agosto e 3 de setembro, a exposição “Naif Homenageia a Cidade Morena” que reúne os artistas Cecílio Vera, Isac Saraiva, Lúcio Laranjeira, Patrícia Henley, Ramiro Ferreira e Sidney Nofal. Organizada pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura), a mostra será aberta às 20 horas, na Galeria de Vidro, a partir das 19h, com entrada gratuita.

O Naif é considerada uma arte ingênua primitiva, pura, sem convenções e livres de conceitos teóricos como a geometria, a simetria e as perspectivas. De acordo com os artistas, o Naif remete às manifestações artísticas do período do século XII, a iconografia com seus manuscritos ilustrados. Como exemplo, o pergaminho de Josué, que relata a vida e os feitos heroicos bíblicos dele em cenas com ordem cronológica.

Além disso, o Naif remete ainda à cultura africana com seu longo acervo de obras que buscam a ingenuidade dos desenhos infantis, a espontaneidade da arte primitiva da pré-história, a livre expressão das máscaras e subculturas africanas. A história da arte revela que grande parte da arte ingênua foram anônimas, como os artistas ingênuos consideravam sua arte, na qual seus objetos representam a mais pura originalidade.

O visitante irá encontrar na exposição telas originais e criativas em homenagem à capital sul-mato-grossense. De acordo com os organizadores, a partir de seis artistas renomados e suas pinturas naifes, o visitante irá conhecer a singularidade da proposta plástica que exprime todo o amor desses artistas pela Cidade Morena. As telas registram momentos de uma cidade menos urbanizada e mais calorosa de valores humanos, como uma cidade do interior que convive harmoniosamente com a natureza e mais liberdade. A exposição mostra a arte de artistas sensíveis que registram valores pitorescos de forma singular.

Sobre as obras e artistas (por Claudia Pola):

Cecílio Vera registra em sua arte a alegria e liberdade da antiga Campo Grande, quando os circos viajavam pelos bairros e reuniam as famílias para todos desfrutarem de um lazer inesquecível. Vera é minucioso nos detalhes do interior de uma casa, como se a protagonista estivesse em pose sendo retratada; ao redor, a madeira da casa e todos os objetos condizentes com o cenário, além de uma porta semiaberta e alguém a espiar. Uma história que pode ser de qualquer campo-grandense, onde o interior se revela.

Isac Saraiva, uma harmonia absoluta no reino das cores, onde o real se integra com imaginável, aquele lugar encantador que todos querem desfrutar, onde reside a alegria e a harmonia, a natureza se integra com o ambiente, as casinhas de madeira e suas varandas e suas conversas intermináveis, as vestes coloridas das pessoas, casais de enamorados no barco, outros a pescar e as crianças a brincar livremente. Uma cena tão particular e inesquecível.

Lúcio Laranjeira, obras radiantes com uma lagoa, onde as lavadeiras estão a trabalhar e outras pessoas a desfrutar dessa beleza . Casas que parecem bangalôs de turistas, um bom gosto nas cores e perfeição na harmonia de registrar esse momento único como se fosse um paraíso.

Patrícia Helney, artista renomada e residente em Campo Grande, realizou diversas exposições que marcaram a história das artes com suas obras repletas de narrativas divertidas e inusitadas. Sua obra retrata as festas juninas de Santo Antônio, padroeiro de nossa cidade, em que as brincadeiras de roda ao redor da fogueira, as cantigas , os casais enamorados com vestes de casamento, a igreja e todo aquele cenário que deixou lembranças.

Da assemblage à pintura, retratando a influência gaúcha, as comidas típicas, o chimarrão, as danças nos quintais que fortaleceram imensamente enriqueceram os valores da nossa cultura. O vestuário dos personagens tipicamente gaúcho favorece e fortalece a influência de inúmeras culturas e tradições folclóricas, inclusive as que representam outros Estados.

Sidney Nofal utiliza de grande harmonia nas cores, como o convívio familiar das crianças e animais, a natureza em seu esplendor. Pairando a união no ar, em que as pinturas contam uma história de crianças livres a brincar. A cidade simples com poucos movimentos, uma cidade do interior onde todos trabalham com harmonia e alegria, onde os animais e pássaros integram-se o ambiente e todos convivem de forma amistosa.

Ramiro Ferreira, registra através da madeira seus bonecos, como mestre Vitalino em seu célebre registro dos nordestinos. O nosso artista retrata a cultura do boi, da lida diária nas fazendas, a união que se tem no trabalho no campo, pois onde há união, há trabalho. Seus bonecos representam o trabalhador do campo de uma forma lúdica e original.

Serviço:
Exposição Naif homenageia Campo Grande
18 de agosto a 3 de setembro
Local – Galeria de Vidro – av Calógeras, esquina com av. Mato Grosso.

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