Exposição | Da redação | 09/12/2016 14h42

Aberta nesta sexta exposição em homenagem aos 35 anos da Biblioteca Isaias Paim e centenário de Manoel de Barros

Compartilhe:

Foi aberta na manhã desta sexta-feira, na Biblioteca Isaias Paim, a Mostra de Artes Plásticas do artista Jonir Figueiredo, em celebração aos 35 anos de criação da biblioteca e ao centenário de nascimento do poeta Manoel de Barros. Também estão expostas obras de Manoel de Barros do acervo da biblioteca, para consulta e empréstimo, além de telas em algodão nas paredes com poesias destacadas de livros do poeta, feitas por alunos da Escola Municipal Plínio Mendes dos Santos, sob orientação do professor e artista Isaac Zampieri.

Logo na entrada, uma foto de Isaias Paim recebia o público da exposição e da biblioteca. Pássaros de papel branco pendurados no teto e também de papelão coloridos nas paredes conferiam uma alegria especial ao evento. Foram 15 artistas plásticos que confeccionaram os 109 pássaros para Manoel de Barros: Adriana Graef, Agnês Rodrigues, Andrea Luz, Blanche Torres, Cidinha Alves, Clara Rahe, Claudia França, Douglas Raldi, Gisela de La Barba, Idara Duncan, Ilca Galvão, Jonir Figueiredo, Maria Helena Brancher, Marilena Grolli Marlene Mourão e Patrícia Helney.

Os quadros de Jonir Figueiredo, nas paredes, evocam ao visitante a homenagem ao poeta: “A Arte Rupestre Pantaneira”, 10 telas, com a técnica acrílica, medindo 100×100, produzidas no ano passado e Assemblagens – “Pássaros para Manoel de Barros”.

A coordenadora da Biblioteca, Eleuzina Crisanto, explicou como surgiu a ideia da homenagem. “O Jonir é nosso leitor assíduo, está todo dia aqui. Teve a ideia de expor para comemorar o aniversário da biblioteca e também o centenário de nascimento do poeta Manoel de Barros. A biblioteca foi criada há 35 anos, em 5 de dezembro, é modelo em Mato Grosso do Sul. Está aberta ao público de segunda a sexta, recebemos várias instituições. Eu entrei em 1988, e a biblioteca foi criada em 1981.Entrei para limpar o acervo. Eu limpava e lia os livros, sabia onde eles se localizavam. Esta biblioteca é um suporte transformador de vidas. Isaias Paim deixou um legado para o público. É emocionante quando a gente tem esse reconhecimento. Agradeço a todos. Prestigiem e apropriem-se da biblioteca”.

O artista Jonir Figueiredo agradeceu aos seus amigos que aceitaram seu convite para prestigiar a exposição. “Eu prometi essa Mostra para valorizar a biblioteca e chamar a atenção do público. Essa biblioteca é maravilhosa e muitas pessoas não desfrutam. Já salvou muitas pessoas, esse baú de conhecimentos. A leitura, ninguém te rouba. Se você tem leitura, nunca está sozinho. Esta exposição ficará até o mês de janeiro, venham ver as obras e leiam Manoel de Barros”.

A filha de Isaias Paim, Teresa, se disse muito comoida. “Eu venho sempre doar livros, não é a primeira vez que venho, no entanto, estou maravilhada com o trabalho dos gestores. Meu pai estaria muito feliz com o desenvolvimento do espaço”.

Idara Duncam, ex-presidente da Fundação de Cultura e idealizadora da Biblioteca, disse estar honrada em prestigiar o evento, “com a presença de tantas pessoas que fizeram e fazem a cultura do Estado. Temos uma biblioteca como essa, que Isaias Paim nos deixou, com seus livros. Terminei de implantar com muita honra. Cada vez esta biblioteca vem sendo mais valorizada. Agradeço aos meus queridos amigos aqui presentes e a homenagem ao Manoel de Barros é sempre bem-vinda, e acredito que o poeta está conosco aqui presente. Muito obrigada”.

O professor Gilson Martins, arqueólogo, agradeceu ao Jonir pelo convite. “Os artistas usam várias formas de expressão e impressão sobre a vida. O pensador usa a fala e a escrita. A biblioteca é o santuário do pensamento por escrito. Ontem comemoramos o simbolismo da Nossa Senhora da Imaculada Conceição, que nos traz a ideia de algo acima de nós, que não tem mácula, na plenitude e beleza das formas, para dar a luz e criar. Assim é a arte. As mais antigas estatuetas da humanidade foram deusas mãe. Desde a pré-história, a religião, a arte e a ciência se fundem. Parabéns aos artistas que colaboraram para esta exposição e aos funcionários da biblioteca. Desejo a todos um agradável sobrevoo estético da natureza recriada pela humanidade”.

Valmir Corrêa, do Instituto Histórico e Geográfico de MS, agradeceu o convite do artista Jonir, cumprimentou o secretário de Cultura, Athayde Nery, e a secretária adjunta, Andréa Freire. “Nós do Instituto tivemos uma grande perda, que foi o falecimento do professor Hildebrando Campestrini. Ele dizia que o homem é imortal pelas palavras. Eu digo que o homem é imortal pelas artes. Sou fanático por livros, convivo com eles, e para mim é um prazer voltar a esta biblioteca, onde passei alguns meses pesquisando. Este espaço é de muita utilidade para o pesquisador”.

Maysa Barros, coordenadora do Marco, esteve presente e foi homenageada como parente (nora) de Manoel de Barros. “Só tenho a agradecer em nome da família essa exposição tão maravilhosa. Fico satisfeita por ele estar sendo lembrado. Estamos tendo muitas comemorações maravilhosas também no interior, é muito gratificante. Eu tive o prazer de conviver com o poeta, só tenho a agradecer. A biblioteca está muito linda, estou encantada com o visual, o cuidado. Estão todos de parabéns”.

Por fim, o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, disse ser este um momento importante, em que Isaias Paim e Manoel de Barros movimentam a biblioteca. “Procurei a imagem do Isaias Paim, está aí a fotografia dele. Isso é muito importante, ele está nos recepcionando a entrar na biblioteca que ele ajudou a construir. Nós teremos a estátua do Manoel de Barros, que vai ser entregue nesses 100 anos do seu nascimento, para deixar sua permanência de maneira duradoura na nossa cidade, que foi sua morada. Eu o conheci, ele tinha um carinho muito grande. Fiquei deslumbrado com sua poesia. Escrevi três livros, sem dúvida, inspirados em Manoel de Barros. O poeta faz parte agora da nossa vida. Nada mais justo que essa belíssima homenagem, para não deixar que a memória se desvaneça”.

O evento foi encerrado com a intervenção teatral de Isaac Zampieri intitulada “O artista quando coisa”. A mostra de Artes Plásticas ficará aberta ao público até janeiro de 2017. A Biblioteca está localizada na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559 – 2º Andar e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS