Eventos | Da redação | 02/12/2015 13h12

Movimentos clamam pela volta de ações culturais e esportivas na Orla

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A paralisação das atividades culturais e esportivas na Orla Morena, após decisão do Ministério Público Estadual, foi alvo de debates durante a Audiência Pública realizada na manhã desta quarta-feira (2) na Câmara Municipal de Campo Grande.

Após a decisão do Ministério Público Estadual, que recebeu denúncia formal de uma moradora reclamando do barulho na Orla, diversas atividades foram  paralisadas, como teatro, dança e aulas de ginástica coletivas.

A Audiência contou com a presença de dezenas de representantes dos movimentos sociais e culturais, além de moradores e líderes comunitários que criticaram a ausência de um representante do Ministério Público na Audiência, para ouvir os reclames da população.

De acordo com o presidente da Associação dos Amigos da Orla Morena, Ricardo Sanches “queríamos que o Ministério Público se fizesse presente para ouvir a população. Temos aqui todos esses movimentos, são pessoas engajadas, que abrem mão de seu dia a dia para cuidar da Orla. Pessoas que se sentem chateadas, perseguidas. São cinco bairros que compõem os sete km de Orla Morena e hoje o teatro, a cultura, o movimento social acabou. Infelizmente tudo aquilo que sonhamos acabou. Vemos isso com uma tristeza muito grande”, disse.

A produtora cultural, Beth Terras da Adote - Cia Teatral “Ator Domingos Terras” destacou que “essa moradora diz que nenhum evento cultural é benéfico porque incomoda o sono”, afirmou.

O presidente da Associação de Skate de Mato Grosso do Sul, Eric Fossati revelou que “a Orla é um lugar público, em qualquer esfera social existe droga. O problema é uma questão de segurança pública, o que precisa é vigilância, monitoramento com câmeras. O mais prejudicado é o jovem, a criança e o adolescente, não sou eu. Eles precisam sair da ociosidade. Outra coisa é a manutenção da Orla, no skate está sem iluminação pública”, salientou.

A diretora da UMAM (União Municipal de Associações de Moradores), Suely Marques afirmou que “aqui em Campo Grande já estão difíceis as coisas, se tirar o pouco que temos vai ficar pior ainda. Quero declarar o nosso apoio a esse movimento”, disse.

Em seu pronunciamento o presidente da Associação de Moradores da Vila Corumbá, Ramon Barros Cordeiro alegou que quando o Projeto foi lançado fizeram uma pesquisa com todos os moradores e ninguém reclamou da Orla. “Todo mês discutíamos o projeto da Orla Morena e nunca reclamaram de nada, apoiaram pra ficar bonito em frente à casa deles, depois querem reclamar e impedir. Os moradores me procuram perguntando quando vai voltar o teatro, a ginástica. As famílias que moram ali não tem condição de pagar academia, teatro e lazer pros filhos. Agora o Ministério Público não comparece, se fosse audiência pública de elite viriam, mas quando é de pessoa humilde, eles não vem”, reclamou.

O diretor de esporte e juventude da Associação dos Amigos da Orla Morena, Jonh Terena destacou que o Projeto da Orla é inovador e ocupa um lugar histórico de Campo Grande, onde passava o Trem do Pantanal. “É um espaço muito histórico, depois que tiraram os trilhos aquele espaço ficou ocioso, era mato, lixo e usuários de drogas. Quando veio a Orla nossa preocupação é que aquele era um empreendimento de vanguarda, para capitais como Curitiba. Antes não tínhamos isso, é um projeto inovador, desbravador, mas que conflitou com o pensamento conservador de alguns moradores que ainda acham que Campo Grande é uma cidade pacata, serena, mas esquecem que a cidade cresce. Faço um clamor para que volte os projetos culturais para os jovens de 13 a 15 anos. Eles estão ociosos, utilizando drogas e não tem idéia de que aquela droga causa mal danado, ao deixar de praticar atividade física o corpo se torna alvo fácil para bebida e drogas. Faço um clamor para que as autoridades da justiça façam o imediato retorno das atividades na Orla”, afirmou.

O representante dos membros da Galera dos Patins, Miximillian Figueira afirmou que o grupo possui cerca de 500 membros que patinam na Orla. “Sempre pedimos que os membros do nosso grupo não façam uso de bebidas alcoólicas, não fumem, não usem Narguilé. A gente pede, incentiva, dentro da Galera do Patins existem pais, mães que patinam, enfim a família inteira”, revelou.

Ao final da Audiência, o vereador Betinho, que propôs o debate, se comprometeu a enviar a ata da reunião para o Ministério Público Estadual, além de intermediar junto ao Executivo Municipal a instalação de banheiros químicos ou a construção de banheiros na Orla Morena, além da instalação de vídeo monitoramento para melhorar a segurança no local.

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