Cultura em MS é tema da entrevista com Fernanda Kunzler
A pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19) afetou a vida de pessoas por todo o mundo. Com as recomendações vindas das autoridades da saúde de permanecermos em isolamento social, vários trabalhadores tiveram seus serviços alterados, como os profissionais da cultura que permanecem sem exercerem seus ofícios neste momento. Em busca de saber o que as pessoas ligadas a cultura de Mato Grosso do Sul têm realizado durante a quarentena, o Ensaio Geral conversou com a atriz e participante do Teatral Grupo de Risco, Fernanda Kunzler.
Artista desde à infância, a campo-grandense começou sua vida na arte através de apresentações teatrais na escola e nos grupos de jovem da igreja. Aos 18 anos, Fernanda Kunzler participou de uma oficina de teatro e foi convidada para integrar o Teatral Grupo de Risco. Ali, percebeu que essa era a sua escolha de profissão e após concluir o curso de jornalismo, começou a trabalhar nas questões de assessoria do grupo, além de atuar e trabalhar na produção das peças. "Trabalho na atuação e produção. Gosto dos dois, cada um tem seu desafio. A produção é mais voltada para questões estruturais de resolução do trabalho. Já a atuação, envolve questões internas e de pesquisa, estudo, conhecimento e desenvolvimento da mente e do corpo". Revelou a atriz ao ser questionada sobre qual área gostava mais de exercer.
De acordo com Fernanda Kunzler, um grupo de teatro é constituído por um trabalho coletivo, todo mundo realiza várias funções até por necessidade de desenvolver e produzir. Esse trabalho coletivo precisou ser encerrado com o surto da pandemia do Novo Coronavírus, que segundo a atriz, afetou, principalmente, a classe artística. "O teatro foi uma das primeiras áreas que parou e será a última força de trabalho que deve voltar a sua rotina normal, por conta do contato com o público. Cancelamos toda a nossa agenda, tínhamos apresentações fechadas até o mês de agosto e com a pandemia precisamos cancelar".
Fernanda Kunzler no espetáculo Revolução. (Foto: Helton Perez)
Políticas Públicas
As artes cênicas e a cultura em geral sempre foram esquecidas pelo governantes, de acordo com a jornalista. A profissão de ator de teatro é um trabalho informal, ou seja, não há auxílios para esta classe trabalhadora e com isso muitos artistas estão em situação financeira crítica, sem poderem atuar em peças devido à pandemia de covid-19.
Para Fernanda Kunzler, a política cultural em Campo Grande e Mato Grosso do Sul em geral está há anos desatualizada. "Acabaram com o Ministério da Cultura, em Campo Grande acabaram com a Fundação de Cultura, no Estado acabaram com a Secretária de Cultura. Existe um desmonte da cultura em geral que reflete nos estados e municípios." Desabafa a atriz. Segundo ela, o Fundo de Investimento Cultural foi lançado pela última vez em 2015, ou seja, há cinco anos o governo do estado não cumpre com o edital. No município, os fundos de 2019 não foram repassados, sendo o segundo fundo do município depois dos calotes.
Cena espetáculo Guardiões (Foto: Dionédison Cândido)
"Agora, há uma desculpa por conta das crises, mas em anos anteriores não havia crise e porque não foram pagos?"
O sentido de cultura é amplo. O que interessa é saber que a cultura corresponde a um conjunto de hábitos, crenças e conhecimentos de um povo ou um determinado grupo artístico (literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante. Segundo a atriz, o problema da sociedade é pensar que cultura se limita apenas ao entretenimento. "A cultura não é apenas entretenimento, ela tem um caráter informativo, forma cidadãos, diz respeito de nossa identidade, de quem nós somos, provoca reflexões sobre cidadania. Cultura, saúde e educação são tripé de uma sociedade."
Para ela há um desrespeito com o segmento por parte do estado e município, e nacionalmente a situação também se repete. Uma maneira democrática de valorizar a cultura acontece por meio dos editais, que segundo Fernanda, é a forma que a maioria dos trabalhos acontecem e assim, chegam até a população. "As pessoas precisam ter contato com a cultura, a arte tem que chegar nos bairros por meio do teatro, dança, artesanato, artes visuais, cinema, infelizmente a falta de investimento reflete na sociedade, e as pessoas ficam sem acesso."
Personagem Guaribinha, interpretada por Fernanda Kunzler (Foto: Lú Bigattão)
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