Cinema | Jeozadaque | 08/06/2011 12h10

Cineasta fez pré-estreia de seu novo trabalho Planície Revisitada

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Uma pré-estreia esperada do diretor cinematográfico Maurício Copetti aconteceu neste domingo (5) em Corumbá. Ele define bem seu novo trabalho: "É um olhar delirante sobre a paisagem do Pantanal". Ele lembra de produções anteriores, inclusive premiadas em diversos festivais do cinema como "Delta do Salobra" (2004), "Água dos Matos" (2006), Nanquim" (2006), e "Home - o Filme" (2009). A pré-estreia de Planície Revisitada, em Corumbá, segundo Copetti, também deve acontecer em julho, quando pretende realizar uma sessão gratuita, mas em data e local ainda a serem definidos. "Eu trabalhava como guia de turismo e aproveitei pra fazer umas imagens e depois montei o documentário", contou Copetti ao lembrar a primeira produção, "Delta do Salobra". Gaúcho, da cidade de São Borja, ele conta que vive há 13 anos no Pantanal, dos quais 8 dedicados a filmar as imagens pantaneiras. Aprovado para utilização de recursos do FIC-MS (Fundo de Incentivo à Cultura de Mato Grosso do Sul), "Planície Revisitada" procura fugir do clichê quando se evidencia o Pantanal. "Quando se fala Pantanal já vem aqueles ícones: tuiuiús, jacarés e pesca. Esse filme não pretende ser regional, ele pretende ser exibido fora daqui, internacionalmente, então ele tende a ter essa linguagem mais universal do Pantanal. Pode ser que algumas pessoas nem reconheçam o Pantanal que está na cabeça delas de tanto o que já se fez sobre o tema. Eu quis sair do conforto do que é o Pantanal e não defini-lo, mas sim fazer um poesia a ponto de as pessoas terem sua própria visão através dessa condução entre rios, tempestades, ventos", comentou. Trilogia Com imagens gravadas em full HD, Planície Revisitada pretende ser o primeiro de uma série de três filmes (um curta e dois longas-metragens) que trazem um Pantanal com um olhar diferenciado do que já foi produzido. "É um olhar delirante sobre a paisagem do Pantanal. Eu digo paisagem pra gente não delimitar numa região ou em dois estados; é uma paisagem por si só, independente da divisão política que tem. Ele é o personagem principal do filme e ele não tem uma definição, ele é delirante, sobe e desce as águas, faz as pessoas mudarem de lugar, então o filme visa isso", disse ao destacar que muitas ideias comuns tendem a ser desconstruídas com o filme. "Tivemos um depoimento em que um homem destaca que a comitiva não é pantaneira. Que ela vem de Minas, Goiás, São Paulo e, como lá não existe mais esse tipo de manifestação, a comitiva se tornou pantaneira", fala ao lembrar que o elemento humano forja parte importante do documentário. "Ele é narrado pelas pessoas que vivem dentro dessa paisagem: ribeirinhos, historiadores, cientistas, mas o foco principal é esse empirismo das pessoas que vivem no Pantanal que, em palavras tão simples, conseguem traduzir o que essa dinâmica das águas, o que é morar no Pantanal", afirmou ao destacar que o filme, ao contrário do que muitos pensam sobre documentários, não tem matriz em reportagens e sim o que define como um "voyeurismo" no Pantanal. Tempo O diretor, que acumula mais de 500 horas de filmagens desde a produção do seu primeiro filme, possui registros do Pantanal em suas diversas fases. Ele diz que a pressa é uma característica que não combina com o ambiente pantaneiro. "A gente precisa de certo tempo, aprender a entrar na frequência do Pantanal. Não adianta querer apressar as coisas no Pantanal, apressar seus personagens a falar, tem que mergulhar junto com eles e entrar nesse ritmo que é imposto pela própria natureza", descreveu ao estimar a conclusão da trilogia em até 4 anos. Copetti destaca ainda o apoio de instituições como o Museu da História do Pantanal (Muhpan), a ONG Ecoa, a Prefeitura Municipal de Corumbá e várias pousadas instaladas ao longo do Pantanal. Da Redação

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