Dança | Da redação | 22/08/2016 08h17

Workshop de dança do ventre na Semana Pra Dança valoriza a feminilidade

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Movimentos sinuosos, batidas de quadril, deslocamentos… As participantes do Workshop de Dança do Ventre ministrado pela bailarina Fabiana Cavalcante dentro da programação da Semana Pra Dança, no fim da tarde desta sexta-feira (19), tiveram a oportunidade de valorizar a feminilidade por esses movimentos delicados que ressaltam a beleza de ser mulher.

A oficina foi realizada na Associação de Moradores do Bairro Coophavilla II e teve a participação de bailarinas que nunca tiveram contato com a dança do ventre. É o caso de Fernanda Fernandes Ferreira, de 23 anos. Fernanda é acadêmica de Artes Cênicas pela UFGD e trabalha no Departamento de Cultura da Prefeitura de Caarapó como instrutora cultural. Ela resolveu experimentar a dança do ventre pela novidade, por uma nova experiência. “A gente vê na TV, chama a atenção, mas nunca acompanhei o processo, como é esse início até chegar a uma apresentação. E a música também, como essa música vai me tocar, são músicas que a gente não escuta no rádio. Vou fazer hoje uma prática diferente. Estou me organizando para montar um grupo de dança na minha cidade. Lá não tem nenhum”.

Ao fim do workshop, depois da experiência, ela disse ter gostado. “É uma técnica diferente, nunca tinha feito. Não sabia que era tão importante o quadril. Estou disposta a trabalhar com esta dança. Fiquei formal no começo mas fui me adaptando, me soltando, a professora deixa a gente bem à vontade. A dança do ventre vem desconstruir totalmente a técnica do balé pelo quadril, com esses movimentos, legal isso”.

Stephany Silva Ornedo, de 24 anos, também nunca dançou a dança do ventre. Ela é Acadêmica de Artes Cênicas da UEMS e teve um contato mínimo com a dança contemporânea. “Tudo o que tem a ver com o corpo me interessa. Gosto de experimentar coisas novas”. Ela fala que a importância de se realizar uma oficina como essa na periferia está na possibilidade de tirar o foco do Centro da cidade. “É uma oportunidade para que outras pessoas usufruam da arte”.

O workshop desta tarde foi a segunda aula de Rosana Cordeiro, de 48 anos. Ela mora na Coophavila e sempre vinha levar a filha nas aulas. Um dia decidiu deixar de ser ouvinte para ser praticante da dança. “Eu sempre acompanho minha filha, daí resolvi fazer também. Eu me aposentei, estava muito em casa, sozinha, tenho artrite, não posso parar de me mexer. A dança melhorou minha saúde. A gente percebe mais o corpo, acho que a dança amplia a percepção do corpo. Eu melhorei muito, estou mais alegre, dançar me trouxe mais felicidade. A gente faz novas amizades. Em casa o pessoal diz que eu estou muito velha, mas eu vou aprender”.

A professora Fabiana Cavalcante é integrante da Cia de Dança Isa Yasmin e também dá aulas na Associação de Moradores da Coophavila II há um mês. “Eu sempre quis dar aula no projeto, Minha amiga [a antiga professora] teve que mudar de cidade e daí eu comecei as aulas. A dança do ventre renova a mulher. Setenta por cento das mulheres que procuram esta dança são deprimidas e com autoestima baixa. Em um mês você consegue ver a diferença. Elas sorriem mais, se arrumam mais, sentem mais vontade de namorar, de passear”.

Fabiana gosta de trabalhar com todas as idades. “Eu sempre acabo aprendendo. É impressionante a transformação. Ela dança há nove anos e há dá aulas quatro anos e meio. “Comecei bem na época que tive filho, eu trabalhava fora, parei de vez para cuidar do meu filho. Eu precisava de um algo a mais e o que me preenchei foi a dança do ventre”.

Ela fala sobre os benefícios da dança do ventre. “Faz muito bem para o tônus muscular, o enriquecimento do abdômem, modela a cintura e o quadril, deixa as pernas torneadas e melhora o desenho do tronco. A mulher aprende a respirar direito, melhora o equilíbrio. Qualquer pessoa pode dançar. A mulher tem que ter o espaço dela, fazer o que ela gosta”.

A Semana Pra Dança levou esta e outras oficinas e espetáculos para a Associação da Coophavila. Fabiana achou muito bacana a iniciativa. “As pessoas, por mais que estejam aqui, elas se sentem menores. Foi muito bom ter acontecido isso. Tem muita gente boa na periferia”, finaliza.

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