Dança | Da redação | 24/10/2016 14h22

Espetáculos do Dança no Mato surpreendem público de Paranaíba

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A cidade de Paranaíba foi contemplada com a chegada da caravana do Circuito Dança do Mato na sexta-feira (21/10). Dois espetáculos, Plagium? da companhia Dançaurbana e Matilha do Grupo Expressão de Rua, impressionaram o público ávido por cultura. Também foi realizado um workshop com vivências em técnicas de danças urbanas.

Ao cair da tarde e ao ar livre no Espelho D’água, um lugar de lazer e entretenimento da cidade, “Matilha” do grupo Expressão de Rua foi apresentado incitando os instintos mais selvagens com a dança e extravasando no improviso na performance de cinco bailarinos. “Meus instintos ficam mais aguçados, é uma relação de amor e ódio, conflito de liderança”, disse o bailarino Reginaldo Borges, 28 anos e há 13 atuando na dança. Assim que o espetáculo era apresentado uma bola passou durante a apresentação, Borges falou como é atuar ao ar livre, “o desafio é manter o foco, manter o equilíbrio numa situação dessas, mas também possibilita mais improvisação, por que tem mais estímulos e há também o público que está mais próximo e a gente tem que saber lidar com isso”, explica.

Ainda no começo da tarde foi realizada uma vivência em práticas de danças. A sala de aula da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) ficou pequena para os 21 participantes que aproveitaram ao máximo o aprendizado com uma aula de duas horas e com muita prática dada pelos ministrantes, Thiago Mendes, Rose Mendonça e Roger Pacheco. Esse inclusive é um dos objetivos do Circuito Dança no Mato, que além de difundir a arte da dança no interior, também possibilita a formação na área, ”é essencial a formação independente da vertente da dança, deveria ser mais aprofundada, mas a intenção já é válida”, avalia Thiago Mendes que é bailarino da Expressão de Rua e da Cia Dançaurbana e que também atua em projetos sociais. Telles Neves, 23, participou da oficina e atua com dança amadora na cidade, disse ter gostado do método empregado pelos formadores, “foi interessante por aliar a prática a nossa criatividade”, destacou.

A quadra de esportes da escola Estadual José Garcia Leal foi palco para o espetáculo Plagium? da Companhia Dançaurbana. Antes, houve apresentações locais com a Escola de Dança Balare, Grupo Fantasy Dance Crew e da professora de dança do ventre Evelin Santos.

Marcos Mattos coreógrafo e diretor das duas companhias disse que o espetáculo Plagium? traz a tona um debate sobre a autoria na dança, já que o espetáculo faz um recorte de vários outros do universo da dança como a Ginga Cia. de Dança (MS), Bruno Beltrão (RJ), Membros (RJ), Quasar (GO), Cena 11 (SC) e até da Companhia Rosas (Bélgica). Utiliza alguns recursos como o depoimento em áudio retirado do documentário “Meninos do Tráfego” produzido pelo rapper MV Bill. E há também uma mistura de sons que vai desde a house, hip hop até o rap. Um espetáculo instigante e envolvente.

A bailarina Ariane Nogueira tem 11 anos de carreira e falou dos desafios de apresentar o espetáculo para um público formado em sua grande maioria por alunos, “a gente sabe que é um público diferente, tem que concentrar um pouco mais, alguns se envolvem mais, mas senti uma boa receptividade, foi um espetáculo diferente do que eles estão acostumados a ver”. O estudante Reille Cristóvão de 21 anos participou de uma das apresentações locais como bailarino e também gostou do viu, “é muito bom trazer cultura para a cidade já que esta é rica culturamente, mas falta oportunidades como esta”. A dona Edmar Menezes de 37 anos levou os filhos para assistir pela primeira vez um espetáculo de dança e ficou impressionada com o que viu, “a maneira deles dançarem, pareciam animais”.

A secretária de Cultura, Ruth Marcela Maróstica disse ter ficado gratificada com a vinda do projeto Dança no Mato, “é uma conquista e a gente lutou muito para conseguir trazer o circuito e quando conseguimos há a sensação do dever cumprido”, e completou, “enquanto cidadã paranaibense, como precisamos de espetáculos como esse. Em grandes centros é comum, mas aqui na cidade não tem. Houve profissionalismo, fôlego, desenvolvimento, excentricidade e talento”, ressaltou Maróstica.

Marcos Mattos também falou sobre o projeto e defende a ampliação do mesmo, “potencializa uma cadeia de dança existente no Estado e a troca com artistas da cidade, quanto maior a ampliação do projeto, melhor será o escoamento dessas produções”.

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