Manchete | Jeozadaque | 29/08/2009 10h35

Vanderlei Cabeludo fala com exclusividade ao Ensaio Geral sobre o apoio à cultura

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Para apoiar e divulgar a cultura regional toda a iniciativa é bem vinda. Foi pensando em apoiar e mostrar o trabalho dos artistas locais que o vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB), criou os programas Vida Sertaneja (rádio) e Tá na Rua (TV). Apaixonado pela música sertaneja, há alguns anos Vanderlei apresenta o programa de rádio Vida Sertaneja que tem o objetivo de divulgar os artistas locais e regionais através da música. Como o projeto de apresentar um programa de TV já vinha sendo estudado, este ano o vereador conseguiu emplacar programa “Tá na Rua”, que divulga, entre outros assuntos, a cultura sul-mato-grossense por meio da apresentação de artistas, sejam cantores, artistas plásticos entre outros. O vereador é o autor da lei que instituiu o “Dia do Artista Regional” e ainda tem outros planos para apoiar a cultura. Em entrevista exclusiva ao site de cultura regional “Ensaio Geral”, o vereador Vanderlei Cabeludo falou sobre o apoio à cultura local, os artistas regionais entre outros assuntos. Confira. Ensaio Geral: Vereador de onde surgiu a idéia de fazer um programa de televisão que apoiasse a cultura? Vanderlei Cabeludo: Bom esse é um sonho que eu já tinha há muito tempo já, mas com este formato eu já vinha trabalhando há uns dois anos. Devido a alguns problemas, por não ter  prática, eu sou um apresentador de primeira viagem, era difícil encontrar uma emissora para exibir esse programa. Mas eu sempre estava buscando. Daí quando a TV Campo Grande foi arrendada eu tive essa oportunidade, porque eles estavam precisando de um programa rural e eu apresentei o meu projeto. Eu já tinha o programa de rádio e muitas pessoas acharam que não ia dar certo, que eu não ia conseguir, e está caminhando e não é difícil de fazer, porque Mato Grosso do Sul é rico, a nossa cultura musical, principalmente, é muita rica, ainda mais a sertaneja. EG: Você participa apenas da apresentação ou também do roteiro e da diração? VC: Eu sou meio que curinga. Eu chamei uma empresa de um amigo e falei da minha idéia, mas deixei claro que não tinha dinheiro para pagar, daí comecei a gravar e falei “se der dinheiro deu se não der”...Mas hoje ainda não deu dinheiro, mas está dando para pagar. Mas a gente é tudo, nós somos um conjunto, somos um grupo. EG: Como é feita a escolha dos artistas para participarem do programa? VC: Eles me procuraram, quando não me procuram eu peço que me mandem um cd com uma ou duas músicas eu ouço todos, ouço no carro, em casa, só não pode ser ruim, porque hoje o Estado tem um padrão bom de música sertaneja, então não adianta o cara falar que toca violão pensando que nunca tocou violão. Se ele não tiver cd gravado não importa, eu peço pra tocar pra mim, ou vou em algum evento que ele vá se apresentar, eu ouço a pessoa e já passo para a produção e a produção já chama, já divulga. Hoje tem muitos e nós estamos com dificuldades, porque não tem como colocar todos, mas eu estou tentando encaixar. EG: Vocês recebem mais trabalhos de artistas locais ou regionais? VC: Tem mais locais porque tem mais facilidade de vir, mas como eu estou pensando em ir para as cidades, como dia 3 eu vou gravar em Aquidauana, vou gravar um vídeo em um lugar bem legal, uma festa do laço e uma comitiva, vamos levar algumas duplas para fazer uma violada na parada desta comitiva. De vagar eu vamos arrumando a produção para dar lugar para os artistas regionais. EG: Você recebe alguma ajuda da Fundac ou da FCMS para viabilizar o programa? VC: Não tenho verba de nada, tenho alguns companheiros da empresas privadas e uma parceria com a emissora de televisão e hoje os empresário já chegam na TV e pedem para divulgar suas empresas no horário do programa. Eu tentei buscar, mas eu estou com uma certa cautela por eu ser político e não quero que as pessoas pensem que eu estou com o programa por eu ser da política e que eu estou sendo favorecido e que estou ganhado dinheiro pra isso. EG: Durante essa vivencio no meio dos artistas qual a maior dificuldade que eles tem hoje? VC: A grande dificuldade hoje é a de todos. O cara tem um talento mais não tem ninguém que invista, o cara para gravar um cd já é uma grana. Têm duplas que ralam para poder gravar uma ou duas músicas para divulgar a carreira. Então a dificuldade é a mesma, falta de empresário, falta de apoio e falta de divulgação. EG: Vanderlei você é o autor da lei que criou o “Doa dos Artista Regional”, para o ano que vem teremos algum evento nesta data? VC: Sem dúvida nenhuma. Com fé em Deus, com este apoio que estou tendo eu quero fazer uma grande festa no “Dia do Artista Regional” que é comemorado no dia da morte do “Zé Correia”. EG: No dia em que foi criado Dia do Artista regional você disse a seguinte frase: “Só a cultura pode mudar o mundo”, e como a cultura pode mudar Campo Grande? VC: Campo Grande é uma cidade que a nível nacional ela cresce e divulga o nome de MS, temos que investir na nossa cultura, você vai no Nordeste lá eles só tocam músicas deles, eles valorizam o que é deles, e nós só aparecemos no cenário nacional quando tem prisão de um carregamento de droga ou outra coisa ruim qualquer, temos que mudar isso, e só vamos conseguir através da cultura, e a nossa cultura é belíssima, composta de diversos festivais que devem aparecer mais. EG: Ao seu ver como a política pode ajudar a cultura? VC: A política é importantíssima para a cultura. Já estamos caminhando, neste governo nós temos todas as sextas-feiras uma atração cultural na praça, os bairros também têm recebido artistas, o estado está gravando cd para os artistas regionais e isso é muito importante, estão investindo na cultura, nós estamos saindo do chão, por isso a política é fundamental para a cultura, se não tiver apoio hoje do governo não vai para frente. Tem que investir na cultura e isso está acontecendo estamos caminhando. EG: Com a viabilização desse programa de televisão você já está se preparando para uma reeleição? VC: A política é uma coisa automática. Hoje eu trabalho, minha vida foi muito difícil a política pra mim é uma soma dos meus trabalhos. Hoje eu to cumprindo o meu dever, não sou obcecado pelo poder eu sou um cara que gosta de ver resultado. As pessoas votam naqueles que fazem o seu trabalho direito. EG: Dê uma nota de 0 a 10 para a cultura local e justifique a sua resposta. VC: Eu daria 6 para cultura um 9 para os artistas. A cultura está caminhando, está abrindo a cabeça das pessoas, dos governantes e da imprensa. A imprensa está buscando o simples, o fácil, os artistas regionais que vendem o nosso estado lá fora e isso já é um bom caminho. EG: Você acha que falta apoio da mídia e da imprensa para a cultura local? VC: Falta, porque isso é normal, eles visam muito o macro e esquecem das pequenas coisas, pequenas mas que verdade são grandes, porque são nossas, eu acho que se aqui vende macarrão nós devemos comprar daqui, nos temos que dar 70 e 80 % do apoio para quem é daqui, tem que trazer atrações de fora, mas tem que ter apoio para quem é daqui e isso não acontece. EG: Hoje é possível trabalhar na cultura? VC: A cultura é economicamente para o município uma das mais viáveis, Por exemplo, para realizar um show gera muitos empregos paralelos como o eletricista, entre outros, e aí vem a parte dos empresários que erram em pensar que um jogo é só uma bagunça ou que um show são duas horas e acabou, os empresários e os governantes têm que ver que aquilo é viável e investir nessa área. Ensaio Geral: Para finalizar, quais são os próximos projetos para cultura local? Vanderlei Cabeludo: Tenho vários, um é junto com a TV viabilizar um programa de esportes e alavancar o esporte local, colocar a nível de Brasil o Estado e o outro é consagrar os nossos artistas, temos aí artistas plásticos maravilhosos e vários outros. Foto: Exclusiva Por Luciana Navarro

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