Circo | Jeozadaque | 01/02/2010 14h18

De Camarote: Rick Thibau

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RickThibauNo dia 31 de janeiro foi comemorado o Dia do Mágico e para homenageá-los, o Ensaio Geral entrevistou o mágico Rick Thibau que já está na estrada há um bom tempo. Durante a entrevista contou as dificuldades que a arte enfrenta no estado e quais são os planos para 2010. Confira. Ensaio Geral: Há quanto tempo você se interessa e trabalha com mágica? Rick Thibau: Me interessar em mágica e fazer de forma amadora desde pequeno. Profissionalmente desde 2004. Eu comecei a trabalhar com mágica em Londres e aí eu voltei em 2005 e desde então só trabalhei com mágica. Antes eu trabalhava com música, jornalismo. Eu sou formado em jornalismo e tocava numa banda, dava aula, mas hoje em dia só faço mágica. Ensaio Geral: O Mister 'M' tem algo a ver com seu gosto pela mágica? Rick Thibau: Não, não. O Mister 'M' só pega um dos pontos da mágica, que é o segredo, e explora isso. As pessoas porque não tem muita cultura mágica acham que aquilo que é importante mesmo, aceitam, mas é porque a representação social está completamente errada. Segredo qualquer um abre um livro, como eu quando tinha 7 ou 8 anos e lê sobre mágica, 'aprende' mágica. O que vai fazer de alguém mágico é a dedicação acima do conforto, acima da recompensa, estudo de psicologia, estudo de artes cênicas, de performace, de módulos de tensão e relaxamento. Parece que é uma brincadeira, mas é uma arte séria. E o 'Mister M' é uma brincadeira. No tipo de mágica que eu faço ele não influencia em nada, porque eu faço mágica sem manga, perto das pessoas, com o pensamento das pessoas, os métodos são meus, eu que desenvolvi. A mágica é uma arte milenar muito complexa, é a arte do mistério. Ela faz representações simbólicas de sonhos universais. Todo mundo já pensou em produzir dinheiro, a mágica faz isso. Todo mundo já pensou, "o que será que tal pessoa está pensado?", a mágica faz isso. Ela está muito ligada a religião e a expressão cênica de qualquer maneira, é uma arte perfomática, começou na rua depois foi pro teatro. Ensaio Geral: Você vive do trabalho com a mágica ou é necessário alguma outra ocupação pra completar sua renda? Rick Thibau: Exclusivamente de mágica. Acaba que aqui no Mato Grosso do Sul o mercado não está muito estabelecido ainda, então aqui eu trabalho em empresas. Faço shows pra empresas, em teatros e em festivais quando tem oportunidade, e faço shows particulares pra adultos. E acaba que eu viajo bastante. Todo ano vou pra congressos e faço shows fora também. Ensaio Geral: Você acha que melhorou alguma coisa pro mercado da mágica aqui em Campo Grande/Mato Grosso do Sul nos últimos 5 anos? Rick Thibau: Eu acho que o que melhorou é que sinto que as Fundações de Cultura estão mais atentas ao fato de que existem mágicos aqui. São poucos mais existem e estão representando bem o Mato Grosso do Sul fora. Eu tenho título de campeão brasileiro, o Dentinho que é o outro mágico daqui, ele já ganhou uma medalha num encontro mundial de mágicos, então não é pouca coisa. Somos dois profissionais, mas tem mais quatro que já foram pra congresso fora do estado, que estão estudando bastante, e é uma coisa difícil de estudar, principalmente solitariamente, mas por causa do advento da internet já melhorou bastante, mas aqui no estado eu achava que as pessoas eram muito frias e muito indiferentes a mágica por uma questão cultural, de não conhecerem mesmo a mágica, mas logo que as pessoas tem contato todo mundo gosta. Ensaio Geral: O que significa o Dia do Mágico aqui no estado? Rick Thibau: Significa a divulgação da arte, pra pessoas conhecerem. Esse ano o principal do dia do mágico é a divulgação mesmo, pra saberem que tem mágico aqui no estado. E eu estou tentando produzir um espetáculo inédito no Brasil e no mundo pra esse ano ainda que é inspirado no mentalismo, uma das vertentes da mágica, que é o que venho estudando nos últimos anos. E esse vai ser o meu presente do Dia do Mágico, se eu conseguir produzir esse espetáculo totalmente aqui no Mato Grosso do Sul, porque geralmente a gente tem que viajar pras produções que faço. Eu faço show com outro mágico também, que é o Ruan, a gente apresentou no FestCamp, que lotou e ninguém divulgou nada. As pessoas acham que o sul-mato-grossense não 'curte' sair de casa pra ver arte, o problema é que ele nem tem como saber o que acontece no estado. Foto: Jéssica Machado Da Redação

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