Cinema | Da redação | 04/04/2017 07h15

UFGD recebe escolas indígenas para Ciclo Cinematográfico Nhande Tape Porã

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Dando continuidade ao I Ciclo Cinematográfico de Temas Indígenas – Nhande Tape Porã, que acontece na UFGD até o dia 08 de abril, a universidade recebeu ontem (03) estudantes de 7º e 9º anos das escolas indígenas Agustinho (municipal) e Guateka (estadual).

Um dos organizadores do Ciclo, Iulik Lomba de Farias, do Coletivo Cultural Cinema Sete Flechas (RJ), após a sessão, chamou a atenção dos jovens para o uso do audiovisual como ferramenta para divulgar sua própria realidade. “Nós, brancos, temos muito o que aprender com vocês, indígenas. E incorporando novas tecnologias ao seu jeito de ser, vocês podem usar o celular, computador e internet para mostrar para o Brasil e para o mundo a realidade de vocês”, disse Iulik Farias.

Para Gilmar Galache, terena membro da Associação Cultural dos Realizadores Indígenas do MS (ASCURI), a ferramenta vai além. Citando o caso do assassinato de Clodiodi Souza durante a retomada da reserva Tey'Kuê, exibido no documentário Retomada Teykue, provocou os estudantes presentes na exibição para utilizarem o audiovisual para denunciar conflitos. “A mídia sempre mostra apenas o lado dos fazendeiros. O que foi noticiado sobre o Clodiodi foi que morreu atropelado, e nós vimos no vídeo que na verdade ele levou um tiro. Então vocês podem utilizar a tecnologia para, além de fortalecer nossa identidade, contrapor o que o homem branco divulga como verdade”, enfatizou.

Já Edilaine Fernandes Moraes e Gabriela Matos, ambas professoras da Equipe Pedagógica da Educação Escolar Indígna, acreditam que a presença das escolas no Ciclo é importante para somar pedagogicamente com o conteúdo visto em sala de aula. “Essa interculturalidade com as demais disciplinas escolares permite que nossos estudantes tenham contato com outras realidades. Nós falamos sobre isso me sala de aula, mas ouvir é diferente de ver. Além disso, eles precisam saber que é possível que eles sejam protagonistas de novas produções, eles não precisam apenas assistir, mas também podem produzir”, afirma Edilaine.

Nhande Tape Porã
O I Ciclo Cinematográfico de Temas Indígenas – Nhande Tape Porã é uma realização do projeto de extensão Cineclube UFGD e instituições parceiras, entre elas Coletivo Cultural Cinema Sete Flechas (RJ), Associação Cultural dos Realizadores Indígenas do MS – ASCURI, Secretaria Municipal de Educação, Coletivo Cultural Casa dos Ventos e Faculdade Intercultural Indígena – FAIND/UFGD.

Para quem deseja participar toda semana do Cineclube UFGD e receber certificado de atividade de extensão de 20h, o projeto informa que as inscrições são permanentes e feitas através da lista de presença em cada sessão.

Os filmes exibidos na tarde de hoje, Retomada Teykue, Ohokoti, Pirakuá e Panambizinho – O fogo que nunca apaga, foram produzidos por cineastas indígenas e têm direção coletiva da ASCURI.

Para conferir toda a programação, acesse o blog do Cineclube UFGD: https://cineufgd.wordpress.com/2017/03/17/cineclube-ufgd-promove-i-ciclo-cinematografico-de-temas-indigenas-nhande-tape-pora/.

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