Cinema | Da redação | 25/04/2017 09h47

UFGD fará exibição de premiado filme sobre a questão indígena

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) convida a população de Dourados e região para a estreia do filme Martírio, um documentário de longa-metragem produzido por Vincent Carelli, sobre a comunidade Guarani-Kaiowá do sul de Mato Grosso do Sul.

Martírio é um sucesso de público e crítica, e já recebeu premiações no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, na Mostra Internacional de cinema de São Paulo, no Festival internacional de Mar Del Plata, e na Janela Internacional de Cinema de Recife.

O lançamento do filme será realizado com uma programação durante todo o dia 2 de maio, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD (Rua João Rosa Góes, 1761, Vila Progresso). Às 8 horas será realizado o ritual de abertura, com reza indígena feito por lideranças guarani-kaiowá. Às 8h30, o procurador Marco Antonio Delfino de Almeida vai falar sobre a tese do Marco Temporal (um posicionamento político de que somente podem ser consideradas como terras indígenas aquelas que estavam ocupadas por comunidades em 1988, ano da promulgação da Constituição Federal). A partir das 13 horas inicia a exibição do filme, que tem 1h40 de duração. Às 15 horas deve iniciar o debate sobre o filme.

O evento é realizado em parceria entre Ministério Público Federal, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Faculdade Intercultural Indígena (FAIND-UFGD), e o Programa Ação Saberes Indígenas na Escola Rede MS.

SOBRE MARTÍRIO
Carelli trabalha há 30 anos fomentando projetos de cinema indígena. “Martírio eu comecei em 1988, na verdade eram registros de cerimônias, rezas. O movimento de retomada é liderado por lideranças religiosas. [...] O processo de retomada era precedido por dois ou três anos de preparação religiosa. A reta final é um batizado, quer dizer, você é protegido pela reza”, conta o cineasta.

Além de mostrar o aspecto religioso dos processos de retomada, o filme elabora um resgate histórico sobre a questão indígena na região, mencionando o ciclo de exploração dos ervais, a Guerra do Paraguai, os projetos de colonização a partir de Getúlio Vargas, as políticas de ocupação territorial e de incentivo ao agronegócio até o momento atual. Explora, ainda, a questão da (falta de) representatividade política dos indígenas, trazendo recortes de sessões da Câmara e do Senado, onde parlamentares e outros protagonistas políticos apontam a comunidade indígena como um problema.

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