Transcine é uma provocação na exibição, afirma idealizadora
Auguste e Loius Lumière, os irmãos franceses Lumière, realizaram a primeira exibição cinematográfica no ano de 1985. A possibilidade de conteúdo para o cinema se desenvolveu através de inúmeros inventores que lapidaram a forma de expressão artística até a exibição que conhecemos hoje. O Cineclube Transcine – Cinema em Trânsito completa nove anos de criação em novembro e coloca nas ruas a edição 2021, que percorre os parques públicos de Campo Grande e fomenta filmes sobre a história do cinema.
A primeira chamada ocorreu no parque Tarsila do Amaral, no bairro Vida Nova, no dia 1° de outubro. Nos dias 15, 16 e 17, foi a vez da praça José Abrão acolher a exibição gratuita. O Trascine continuará sua programação nos dias 29, 30 e 31 de outubro, no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, na aldeia urbana Marçal de Souza. A exibição também se estende pelo mês de novembro no Parque Ayrton Senna e no Jacques da Luz.
Em entrevista ao Ensaio Geral, a produtora audiovisual e uma das idealizadoras do projeto, Cátia Santos explica que o Transcine é um cinema em trânsito que propõe a exibição do cinema ao público através da reintegração de lugares abandonados pelo poder público. Cátia iniciou sua conexão com a produção audiovisual na mesma época em que o Transcine foi projetado, especializou-se em cinema e documentário e trabalha na área desde 2012. Com o Trascine, Cátia pode transitar entre a edição e fotografia e modular conteúdos audiovisuais oferecidos para diferentes comunidades.
Além do cinema em trânsito, o projeto também oferece oficinas de linguagem audiovisual. As aulas são ministradas pelo arte-educador Gabriel Lima, que trabalha os aspectos da linguagem audiovisual no cinema, como seu surgimento na história, a evolução das narrativas e a tecnologia no ato de exibição cinematográfica. De acordo com Cátia, a ideia é levar a linguagem audiovisual para os alunos que farão parte da oficina. “A gente pretende fazer isso de uma forma dinâmica e voltada para o celular, para essa edição móvel. De certa forma todo mundo já está fazendo cinema”.
A produtora afirma que, através da oficina, qualquer pessoa pode fazer cinema contanto que tenha um celular em mãos. O produto final desta experimentação se chama vidículo, os chamados vídeos curtos, e a proposta é que os alunos possam criar um conteúdo a partir do local onde vivem. “A gente vai ensinar a linguagem, mas o tema do vidículo são eles que vão decidir. Nós temos uma proposta de edição, uma proposta de captação, mas o produto final em si fica por conta do aluno”.
Cátia ressalta que a escolha de ocupar os parques públicos de Campo Grande não foi uma escolha aleatória em sua nona edição. A produtora explica que nas edições anteriores, com filmes e documentários mais longos, havia um debate com psicólogos e diretores, e o desejo que ainda não tinha saído do papel era o de levar a captação para lugares abertos, uma ideia que foi planejada antes da pandemia. “A gente pensou em fazer em lugares abertos, nas praças, e encontrar essas pessoas que tem interesse em aprender essa linguagem e desenvolver trabalhos nesse sentido. Então escolhemos as praças mais distantes pra pegar justamente esses bairros onde a gente acredita que essas pessoas não tenham acesso ao conhecimento da história desses filmes, como foram construídos”.
O foco é levar acesso às comunidades e ao interior do estado (Foto: Divulgação)
Cátia afirma que a ideia do projeto também está no olhar do aluno para consigo e também para com o outro, além de sua relação com o ambiente onde está inserido. Sobre os cineclubes de Campo Grande, ela chama de cineclubismo a função de divulgação do audiovisual, com temáticas diversificadas e a relação entre exibição e cinema. As exibições do Transcine não possuem lugares fixos e assentos, os transeuntes têm a oportunidade de parar e, caso sinta vontade, assistir as cinematografias e documentários com tempos curtos de duração. “Para essas cenas de trânsito, a gente usa bastante os curtos e dá preferência aos desenvolvidos em Mato Grosso do Sul”.
Os filmes escolhidos para o formato de 2021 do Transcine abordam os Lumière; George Méliès; reflexões sobre os soviéticos. “De todos eles, a gente vê a evolução da estética cinematográfica. Então a gente pensou numa cronologia, como isso [o cinema] foi, até chegar no “surrealismo” do Buñuel, que aí a distração é total”.
“Transcine é uma provocação na exibição”, é o que Cátia Santos comenta ao citar uma fala do criador do cineclube, Givago Oliveira.
Datas e locais
A exibição dos filmes sobre o início do cinema são gratuitas e dissecam o fim do século 19 e início do século 20:
- Documentários dos irmãos Lumiére;
- Viagem à Lua, de George Méliés;
- O Homem com a Cabeça de Borracha, de George Méliés;
- O Grande Roubo do Trem, de Edwin Porter;
- As Consequências do Feminino, de Alice Guy;
- O Diário de Glumov, de Sergei Eisenstein;
- Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel e Salvador Dalí.
Dias 29, 30 e 31 de outubro: Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, na aldeia urbana Marçal de Souza, situada no bairro Tiradentes;
Dias 12, 13 e 14 de novembro: Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho;
Dias 26, 27 e 28 de novembro: Parque Jacques da Luz, nas Moreninhas.
Para mais informações acesse as redes sociais do projeto: Facebook (@transcinecg) e Instagram (@transcinecg), ou pelo whatsapp 67 98413-3442. Confira a entrevista completa com Cátio Santos clicando aqui.
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