Cinema | Da redação | 04/05/2017 10h40

“Martírio é mais que um filme, é uma bandeira”, afirma diretor

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Na tarde de terça (02), a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) recebeu a estreia do filme Martírio, documentário sobre o massacre e a luta pela retomada de terras da comunidade Guarani-Kaiowá do sul de Mato Grosso do Sul.

Dirigido por Vincent Carelli, o longa apresenta 20 anos de registro histórico e, em tom de denúncia, coloca o espectador diante da realidade do genocídio indígena no estado, por meio de depoimentos, imagens de arquivo e material jornalístico.

Após a exibição do filme, houve debate entre o diretor e público, que incluiu comunidade acadêmica e alguns membros de comunidades indígenas das etnias Guarani-Kaiowá e Terena. Na ocasião, Carelli afirmou que, dentre outros objetivos, o filme foi feito para munir de informações e argumentos a militância das causas indígenas, que às vezes não tem os dados históricos reunidos e a disposição para disseminar a mensagem de luta.

“Isso é mais que um filme, é uma bandeira, um movimento de conscientização da sociedade brasileira. Estamos muito surpresos e felizes com a acolhida desse filme, de alcançar, inclusive, salas comerciais de cinema. Ainda vai circular muito, depende de vocês. Quem se tocar com o filme tem que pegar para si e passar adiante”, defende Carelli.

Durante a sessão de Martírio na UFGD, foram distribuídas cópias em DVD do filme para facilitar a disseminação. O documentário já foi exibido em ocupações de escolas e universidades e posteriormente será veiculado na TV Brasil e disponibilizado na internet.

Vicent Carelli é criador do Vídeo nas Aldeias, projeto de formação de cineastas indígenas cujo objetivo é apoiar as lutas das diversas etnias no Brasil. "Nunca tive pretensão de virar cineasta. O projeto era um experimento pra ver como os indígenas reagiriam à possibilidade de registrar sua própria história. Idealizamos Martírio diante da pungente extinção dos Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, mas todos os dias recebo notícias de que os índios estão filmando por aí. É um universo que merece uma série. Cada aldeia, cada tekoha merece o resgistro e resgate de sua própria história", finaliza o diretor.

Martírio já foi premiado no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro, na Mostra Internacional de cinema de São Paulo, no Festival internacional de Mar Del Plata, e na Janela Internacional de Cinema de Recife.

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