Artesanato | Da redação | 02/05/2017 11h55

Internas aprendem cartonagem para ampliar variedades da grife D´Cela, criada em presídio

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Parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Conselho da Comunidade de São Gabriel do Oeste está possibilitando a capacitação de internas do presídio local na utilização das técnicas de cartonagem para produzir peças artesanais.

No total, 20 reeducandas foram capacitadas no curso, que possui carga horária de 20 horas/aula. Além de conferir conhecimento às detentas participantes, que pode representar uma forma lícita de adquirir renda, a qualificação também ampliará as possibilidades de produtos da grife D´Cela, criada no Estabelecimento Penal Feminino de São Gabriel do Oeste também por meio da Parceria entre a Agepen e o Conselho da Comunidade, em conjunto com o Tribunal de Justiça.

“Quem faz peças com cartonagem tem um mercado amplo e rentável a explorar, garantem artesãos especializados na área. É possível produzir para presentear, trabalhar por encomenda, com venda de peças a pronta entrega e também se tornar fornecedor para lojistas e empresas”, comenta o diretor do presídio, Albino Lima. “E os produtos feitos com a cartonagem irão ampliar o leque de variedades que apresentamos da grife D’Cela”.

Usando como base materiais simples como o papel cartão cinza, de gramaturas variadas, e cola branca, a cartonagem é uma técnica que possibilita a confecção vários objetos utilitários e decorativos, entre caixas, maletas, carteiras de mão, entre outros.

A Grife

Criada em meados do ano passado, a Grife D’Cela traz produtos simples, acessíveis e úteis, mas que primam pela beleza e qualidade das peças. Com o slogan “Costurando a liberdade com dignidade”, o projeto foi idealizado pela juíza da Execução Penal da Comarca, Samantha Ferreira Barione, que também preside o Novo Conselho da Comunidade, e pela secretária executiva da instituição, Liliane Portioli.

Segundo a magistrada, a ideia surgiu da necessidade de abrir novas oportunidades de trabalho às reeducandas. “Em princípio, montamos a oficina de artesanato, mas vimos a necessidade de agregar valor às peças, ter uma identidade, um diferencial, daí surgiu a grife “D’Cela”, como uma forma de valorizar e identificar o trabalho delas, deixando claro a origem do produto”, conta. “A intenção é, quem sabe, que sejam comercializados até por outras empresas para fabricar em larga escala”, anseia a juíza.

O colorido e formato das peças dão um toque delicado e feminino a cada criação. São confeccionados puxa-sacos, almofadas com porta carregadores, porta-carregadores, “bate-mãos”, bolsas, toalhinhas de boca, etc. “O dinheiro é revertido para a compra de material, bem como, o pagamento das reeducandas, que recebem ¾ do salário mínimo para ajudar no custeio próprio e de familiares. “A intenção é que, com esse projeto, elas possam ser capacitadas e inseridas no mercado de trabalho formal e ingressar a ele de maneira lícita”, ressalta o diretor do presídio, lembrando que a ocupação também garante remição de um dia na pena a cada três trabalhados.

A primeira grande exposição foi na festa do Leitão no Rolete em 2016 e, desde então, os produtos eram vendidos para lojas da cidade, mas, a partir de fevereiro deste ano, a produção passou a ser exposta também na principal feira da cidade, que é realizada às sextas-feiras, na região central.

O ateliê D’Cela aceita encomendas de todo o Estado, para Campo Grande, não há cobrança de taxa de frete. Segundo Liliane, toda a verba arrecadada com a venda é reinvestida no próprio projeto, na compra de maquinários, tecidos e materiais.

Pedidos e encomendas podem ser feitos pelo e-mail d.celasgo@gmail.com.

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