Artes | Da Redação/Com O Progresso | 12/09/2015 20h06

A arte que transforma a paisagem

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Uma parede sem vida e despercebida começa a ganhar visibilidade em Dourados. O Galpão das Artes Guaicurus, nos altos da Presidente Vargas, está sendo colorido com grafite. O projeto é do artista plástico Marlon Beraldo e conta com a participação de estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Unigran.

Tem se tornado cada vez mais comum a presença do grafite nas metrópoles. As cidades de pedra tem pouco verde e necessitam do colorido para alegrar e dar vida ao ambiente urbano. Mas isso não significa que cidades arborizadas como Dourados não mereçam receber grafite. “As pessoas do interior ainda não estão acostumadas com grafite, mas em São Paulo, por exemplo, a população pede e se interessa por esse tipo de arte, que cresce a cada dia”, diz o douradense Marlon Beraldo, radicado há dois na Vila Madalena, capital paulista.

Quem passa pelos altos da Presidente Vargas, no Jardim Europa, provavelmente deve ter visto o início do trabalho de grafite na parede externa do Galpão das Artes Guaicurus, espaço onde é possível encontrar diferentes peças de artesanato. A parede começou a ganhar vida com traçados de desenhos com caras de macacos.

A ideia da arte partiu de Marlon, que esboçou na parede o desenho e contou com a ajuda dos estudantes de Arquitetura na hora de colorir. Não há uma explicação para a obra, mas o artista plástico quer provocar uma reflexão no público quando ela estiver pronta, daqui há um mês.

Por conta da agenda em São Paulo, Marlon não pôde terminar o projeto com os estudantes e todo o trabalho será concluído com a sua volta a Dourados, em data a ser definida. Ele é um dos precursores no país do grafite de alto relevo com efeito 3D. Com a utilização de técnica que une cola, massa e tinta, Marlon tem se tornado conhecido na maior cidade brasileira por customizar ambientes internos de casas e empresas com o grafite. O mesmo trabalho também é feito em telas e camisetas. No Galpão das Artes o desafio é diferente, por ser uma parede grande e também por contar com a participação de pelo menos 60 estudantes. “O grafite a cada dia tem se aproximado da Arquitetura e na busca de aprendizado decidimos dividir esse trabalho com Marlon, que muito tem nos inspirado”, diz o estudante Yuri Carvalho. O artista plástico douradense também é arquiteto e urbanista. A expectativa é que a obra seja concluída até outubro. Marlon quer aplicar a técnica 3D, para chamar a atenção ainda mais da figura dos macacos. Vale ressaltar que o grafite é arte, diferente da pichação, que é crime.

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