Arquitetura | Da redação/com Campo Grande News | 01/08/2014 13h41

Casa Cor MS mistura gostos e estilos

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Campo Grande (MS) - De loft ao refúgio zen, a Casa Cor MS reúne gostos, estilos e bolsos em 32 ambientes. Um passeio por quartos, salas, espaços íntimos ou infantis, além da área externa, mostra como a arquitetura pode agregar beleza e funcionalidade em qualquer que seja o espaço.

Como sempre neste tipo de evento, alguns arquitetos abusam da conta bancária, com peças caras como lustre francês assinado por Philipe Starck, ou poltrona Luis XV folhada a ouro. O contraste está em ambientes que exigem algo mais simples, como a garagem com piso de cimento que levou vassouradas para garantir um efeito riscado.

Nesta quinta-feira, a casa abriu as portas numa avant-premiere voltada para a imprensa. Ao público em geral, o evento, montado no Hospital do Câncer Alfredo Abraão, passará a funcionar a partir deste sábado, dia 2 de agosto, com o tema "Um olhar muda tudo".

Os projetos, assinados no total por 54 arquitetos começam desde a bilheteria com caixas de feira, passando pela casa container, garagem, salas, cozinha, quartos e jardins. A área externa mistura o verde dos gramados com a proposta de tranquilidade.

Em média, cada ambiente tem 150m² que trazem aconchego para um casal, crianças, família e quem gosta de receber amigos. Entre os cômodos tradicionais de uma residência, está o Espaço Michel Teló, homenagem ao cantor sertanejo que é um dos padrinhos do Hospital do Câncer.

Assinado pela arquiteta Karla Estrela, a sala tem a marca registrada de Michel, o "M" trabalhado no gesso do teto. Além de objetos pessoais do artista, como a sanfona e um violão e uma galeria de fotos da trajetória de Michel.

Na linha fora do comum, outro espaço que garante boas ideias é o loft do DJ Renato Ratier. Cozinha, sala e quarto integrados no mesmo ambiente com telão onde o DVD transmitido pode ser visto de qualquer ângulo.

Para quem gosta de filmes, o "Cinema em Casa" é, sem sombra de dúvida, o espaço mais convidativo. O telão de 133 polegadas belga acompanha um sistema de som 'invisível', que sai de trás do próprio telão e do revestimento da sala. A proposta veio da arquiteta Katya Campos, que agregou poltronas reclináveis completamente automatizada que oferece massagem e cooler para manter refrigerada a bebida. No mesmo ambiente, porém numa sala à parte, uma mesa de sinuca inspirada em Luís XV traz sofisticação ao espaço mais descontraído.

Os lustres e mobiliários da maior parte dos ambientes chamam a atenção. O uso da tecnologia também. Mas na contramão disso, o "Living de Encontro", da arquiteta Janete Padilha, quis se prender a ideia da conversa olho no olho. O espaço, como o próprio nome já diz, é para encontrar pessoas e também se encontrar, sem qualquer tecnologia que complique essas tarefas.

Os objetos de luxo da mostra em geral contrastam também com toques delicados. Na "Sala de Leitura", por exemplo, a aquiteta Luciana Teixeira trabalhou o teto com origamis brancos de pássaros. O material usado para a técnica é só o papel. Mas com a iluminação e o próprio correr do vento, a impressão que se tem é de que as aves estão voando.

"A luz e sombra trouxeram movimentos. O legal é isso, que muda o desenho, o tempo todo tem outra imagem. Não tem monotonia", ressalta a arquiteta.

Os espaços são todos direcionados, um leva ao outro. Na ligação entre os cômodos, o "Hall Social" desperta curiosidade. A cor e o humor trabalhados mesclam arte e arquitetura. Projeto de Octavio Loureiro e Catia Regina Madella, a intenção foi justamente esta, mesmo que de passagem, o público se prenda.

"A gente imaginou fazer uma galeria no estilo pop-art, como cores saturadas, usando o humor como definição para instigar", explica Catia.

Na lista de ambientes, também tem espaço de entretenimento, com restaurante, chocolateria, bar e livraria. O "Lounge Bar" será operacionalizado pela Temakeria, de culinária japonesa. Arquitetado por Isabella Lolli Ghetti e Lara Cerantola, o bar integra vários espaços dentro de uma só área.

"Como o tema é um olhar muda tudo, a cada olhar você tem uma concepção. O sofá para se sentir na sala de casa, as mesas de restaurante mesmo, a bancada comunitária, apesar de não ser um costume nosso e o balcão para quem gosta de apreciar a arte de fazer o sushi", explica Isabella.

Ao lado, o restaurante será operacionalizado pelo Navarro, empreendimento de comida brasileira que já funciona no Centro da cidade. A chocolateria mistura a sofisticação das docerias antigas, à rusticidade da própria marca Kopenhagem. O espaço, será comercializado pela loja com cafés e chocolates. Nas cores vermelha e dourado, o teto da chocolateria é uma barra de chocolate.

Para as crianças, foram montados o "Espaço da Criança" e a Brinquedoteca, que futuramente atenderam às crianças pacientes do hospital.

Os arquitetos da construção do pavimento do hospital onde a Casa Cor está sendo realizada, devem incorporar os espaços, ao máximo, dentro do projeto total. A previsão é de que a área que ainda está sendo construída fique pronta em até dois anos.

"Encerrada a mostra, faremos o trabalho de obra de adaptação, para trazer o máximo de serviço para cá", afirma Coimbra.

A Casa Cor abre de terça a domingo, das 16h às 22h no endereço: Rua Cândido Mariano, 1053. Os ingressos podem ser comprados na hora, por R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada. A mostra se encerra dia 14 de setembro. 

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