Os 100 anos foram celebrados por meio de um evento que aconteceu nessa quarta-feira (15) e reuniu ex-alunos e ex-professores

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Aniversário | Ayanne Gladstone | 17/06/2022 10h02

Joaquim Murtinho celebra 100 anos de história com reencontros e festividades

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A Escola Estadual Joaquim Murtinho, localizada no Centro de Campo Grande, completou 100 anos de história e se tornou a primeira escola pública centenária da capital. Os 100 anos foram celebrados por meio de um evento que aconteceu nessa quarta-feira (15) e reuniu ex-alunos e ex-professores. A programação, que começou às 8h e se estendeu às 20h, reuniu exposições de fotos e trabalhos artesanais produzidos pelos alunos, apresentações culturais, saraus e performances musicais.

O momento mais esperado do evento foi a retirada de uma cápsula do tempo, enterrada na escola pelos alunos da turma de 2017. Alguns dos antigos alunos participaram da retirada e releram as próprias cartas. Nas redes sociais, o perfil oficial da escola também fez publicações sobre a marca centenária, “100 anos da Escola Estadual Joaquim Murtinho em Campo Grande MS, formando mais de 500 mil alunos e ajudando a formar a população sul-mato-grossense”.

O centenário reuniu exposições artísticas dos próprios alunos (Foto: Ensaio Geral)

De acordo com o atual diretor da escola, Cláudio Morinigo, a Joaquim Murtinho possui uma representatividade histórica para Campo Grande, por causa da localidade e a quantidade de alunos formados pela escola. O diretor explica que a Joaquim Murtinho nasceu formando professores e profissionais de diferentes setores. Ele também fala sobre a responsabilidade de representar a direção do centenário da Escola. “É uma responsabilidade enorme, e um contentamento enorme, porque nós temos alunos que ficam aqui por cinco, seis anos. Quando nós tínhamos o ensino fundamental, alguns ficavam por 10, 11 anos. Hoje nós temos o ensino médio, e os alunos ficam três, quatro anos e aí eles seguem o seu caminho, mas nós, funcionários, ficamos. Então, normalmente, aqui o grupo é bastante antigo, quem entra não quer sair”.

Morinigo afirma que sua história como parte da Escola Joaquim Murtinho é antiga. Ele explica que foi estagiário de Educação na escola, em 1999, antes de fazer o concurso público em 2000 e se tornar o atual diretor da Joaquim Murtinho. “Eu passei no concurso e assumi. A minha vida de professor começou aqui dentro. Então eu me sinto muito honrado de estar nesse momento marcante e a escola não é o prédio em si. A escola é um bem cultural, imaterial formado pelas pessoas, pela história das pessoas. É muito gostoso ouvir dos egressos, que depois retornam, dizerem “Eu não imaginava ou hoje eu tenho a sensação de que o tempo que eu fiquei no Joaquim Murtinho foi a melhor fase da minha vida”.

Morinigo argumenta que o evento oferece à classe estudantil a possibilidade de expor suas próprias habilidades artísticas e devolver para a sociedade o que a escola os ajuda a criar. Ele afirma que é uma oportunidade para as pessoas conhecerem um pouco do trabalho realizado em conjunto entre funcionários e alunos. “A escola, ela é julgada de várias formas. O trabalho educacional é julgado por toda a sociedade, mas é quem está dentro dela que sabe o sofrimento e as alegrias”.

O ex-professor da Joaquim Murtinho, Fernando lecionou na escola entre 2004 e 2010 como professor de Física e Matemática. Ele afirma que fazer parte do centenário é importante para a história dos professores e possibilita o encontro de antigos colegas de profissão. “Fazer parte dessa história aqui, reencontrar os amigos antigos, muitos colegas antigos da época, eu encontrei aqui hoje. Então é muito legal”.

Fernando explica que possui 25 anos de profissão e que reencontrar antigos alunos lhe traz o sentimento de gratificação. “No meu caso, eu encontro na rua. Já tenho 25 anos de profissão. Encontro no comércio de Campo Grande, até mesmo jornalistas que já foram meus alunos aqui do Joaquim Murtinho, que aparecem na televisão todo dia, e outros profissionais bem sucedidos que dão uma gratificação tão grande na nossa história, que fazer parte da história de alguém é muito bom”.

O estudante e desenhista Jefferson Nascimento produziu a arte da fachada da Escola Joaquim Murtinho para a exposição artística do centenário. Ele afirma que, como era o único aluno com experiência em desenho da turma, ficou responsável em produzir o desenho para a exposição. Nascimento também explica como foi seu processo de criação. “Eu peguei uma folha do tamanho A4 e utilizei a técnica de ampliação, na qual eu deixei a minha foto de referência na tela do computador e assim eu fui olhando e desenhando. O processo demorou mais ou menos uma semana, e o legal é que essa foi minha primeira experiência com desenho com tantos detalhes e a primeira experiência como desenho de construção. Eu fiquei bem contente com o resultado e muito mais por estar fazendo parte do centenário de uma escola tão incrível como é o Joaquim Murtinho”.

O desenho de Jefferson Nascimento foi produzido em uma semana por meio da técnica de ampliação (Foto: Ensaio Geral)

História

Atualmente, 1.430 alunos cursam o Ensino Médio na Joaquim Murtinho e a construção possui dois andares com 28 salas e uma única turma do 9º ano do Ensino Fundamental. A escola também é reconhecida pelo alto padrão de rendimento escolar com atenção voltada para estudantes de Nível Médio. A escola envia por ano uma média de 700 alunos para o Ensino Superior e o mercado de trabalho. Dos 1.430 estudantes matriculados em 2022, cerca de 530 estão no terceiro ano do Ensino Médio.

A construção foi projetada pelo engenheiro e arquiteto Camillo Bonni e inaugurada em 1922 com o nome Escola Normal Joaquim Murtinho. O prédio pertencia ao Grupo Escolar de Campo Grande e era destinado à formação de professores. Registros também apontam que a instituição oferecia aulas para a formação básica de crianças até 1940. O local foi demolido em 1974 para a construção de uma nova escola, a atual Joaquim Murtinho.

Registro fotográfico de alunos da turma de 1931 (Foto: Divulgação/Redes Sociais)

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