Escola da capital homenageia familia Espindola
Uma das mais expressivas famílias do universo artístico de Mato Grosso do Sul foi homenageada na 3ª edição da Semana Literária da Escola Municipal Hércules Maymone, que teve seu encerramento na tarde desta sexta-feira (26), com shows de Jerry e Geraldo Espíndola.
A secretária municipal de Educação, Elza Fernandes, elogiou o trabalho que envolveu toda a equipe da escola e falou sobre a importância de resgatar a cultura regional. “As turmas que presenciamos as apresentações realmente absorveram o conteúdo passado. Esse projeto é importante para valorizar os artistas que fazem parte da nossa história. São vivências que os alunos jamais esquecerão, começando pelos menores”, pontuou.
O professor de artes e organizador do evento, Nizael Almeida, explicou que a escolha da família Espíndola para nortear os trabalhos foi da equipe pedagógica, devido a diversidade artística e cultural produzida por seus integrantes. A Semana envolveu os alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Foram pouco mais de dois meses de estudos e trabalhos com esse tema integrados às orientações curriculares da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
A terceira edição do evento, que ano passado ganhou a etapa estadual do Prêmio Professores do Brasil, homenageando o poeta Emmanuel Marinho, começou na quarta-feira (24) e contou com uma extensa programação que incluiu desde exposição de obras, café literário, contação de histórias e shows musicais.
De acordo com o professor Nizael, o objetivo da Semana Literária é incentivar os alunos a fazerem uma leitura de todo tipo de arte, não focando apenas nos livros. “Queremos fortalecer o interesse do aluno pela leitura do mundo e de obras artísticas, isso se dá na pesquisa, mas também no encontro com o artista estudado e quando o aluno encontra um artista na escola, ele se sente valorizado porque vê que a pessoa se preocupou em ir até a escola, ver os trabalhos produzidos”, disse.
A aluna do 9º ano Talita Vitória Rodrigues da Silva, 14, disse que estudar sobre a família Espíndola serviu de inspiração para os alunos que desejam seguir a carreira artística. “A família é um exemplo. Eu não sou muito acostumada com as músicas que eles fazem, mas foi bom para conhecer a biografia deles e a gente conhecer melhor nosso estado”, pontuou.
Até os pequenos curtiram os shows. Foi o caso do aluno do 1 ano, Carlos Eduardo Jesus Ortiz, que curtiu todas as músicas de Jerry Espíndola e estava ansioso pela apresentação de Geraldo, no período da tarde. “Eu aprendi muito coisa sobre a família deles. Eles também têm um irmão que gosta de pintar bois, o Humberto”, ensinou o pequeno.
Exposições
As telas de Humberto e Maíra Espíndola também despertaram a curiosidade e os debates entre os alunos. Ao todo, a equipe do Museu de Arte Contemporânea do Estado (Marco), disponibilizou quatro obras da dupla e realizou uma visita orientada com as crianças. De Humberto Espíndola foram levadas duas telas da série sobre a divisão do Estado e de Maíra, duas da série “Queime o Castelo”, que retrata o empoderamento feminino.
Coordenadora do museu, Lucia Montserrat diz ser fundamental o contato direto dos alunos com as obras. “Nosso objetivo é despertar o desejo deles de irem ao museu conhecer o restante do acervo e levar suas famílias”, afirmou.
Atenta às explicações, a aluna do 7 ano, Sidiane Aparecida Pereira 13, acredita que conhecer as obras de perto estimula a criatividade das crianças. “É um incentivo para quem gosta de arte. Gostei das telas da Maíra porque ela faz colagens em 3D.Agora quero muito ir ao museu”, ressaltou.
Os músicos Geraldo e Jerry Espíndola consideraram a homenagem importante para toda a classe artística do Estado. “Para nossa família é muito importante. É para isso que trabalhamos, para chegar até às crianças e passar um pouco da identidade do nosso Estado. Projetos assim formam um novo público”, disse Jerry. Na opinião de Geraldo, o projeto contribui com a formação de um novo público.
“Eu sempre gostei de estar nas escolas. Hoje vi músicas minhas que eu compus há 40 anos retratadas nos trabalhos dos alunos. Em todos os anos tinham crianças interessadas na cultura regional. Todos os artistas tinham que passar por essa experiência”, ressaltou.
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